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Internacional
Sábado - 26 de Agosto de 2006 às 15:21

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O Governo libanês expressou hoje satisfação pelo compromisso da União Européia (UE) de enviar entre 5.600 e 6.900 soldados para o Líbano, e destacou que esta decisão "renovou a confiança e a esperança" dos cidadãos do país asiático.

Em entrevista à EFE, o ministro da Informação e porta-voz do Executivo, Ghazi Aridi, agradeceu especialmente aos Governos francês e espanhol por seu papel na solução da crise e pela "grande" contribuição em relação à força multinacional.

"Todo o povo e o Governo libanês agradecem profundamente a decisão das autoridades espanholas, que é muito importante para nós. Não é a primeira, nem será a última", afirmou Aridi.

O ministro reconheceu que "a decepção" tinha se espalhado entre os libaneses nos últimos dias, após os problemas que a ONU encontrou para empreender sua missão de reforço no Líbano, mas ressaltou que o compromisso adotado na sexta-feira em Bruxelas "renovou confianças".

Aridi ressaltou que, pelo lado libanês, "não haverá riscos" para os soldados que se postarem no sul do país, e lembrou que essa atuação foi "apoiada por unanimidade" pelo Governo de Beirute, do qual fazem parte dois ministros do grupo xiita Hisbolá.

O Executivo libanês espera que a grande presença de tropas européias no sul sirva para acabar com o bloqueio marítimo e aéreo israelense.

Aridi anunciou que foi solicitado ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que na próxima segunda-feira chegará a Beirute, "que faça tudo o que puder para pôr fim ao embargo israelense, que é apoiado pelos Estados Unidos, por atentar contra a resolução 1701" do Conselho de Segurança da organização.

"A posição americana neste sentido não é aceitável", assegurou o ministro, que ressaltou que seu Governo "não tem intenção" de pedir à ONU que posicione suas tropas na fronteira entre o Líbano e a Síria.

"A responsabilidade de que se chegue a essa medida pela pressão de Israel é da comunidade internacional", disse o ministro, para quem Annan "foi muito claro ontem (sexta-feira) ao dizer que a responsabilidade na fronteira com a Síria é dos libaneses".

O Governo de Damasco tem ameaçado fechar sua fronteira com o Líbano se os soldados da ONU se deslocarem para a região, o que levaria ao isolamento deste país, já que o Líbano só faz fronteira com Israel e Síria.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, condicionou o fim do embargo ao posicionamento de uma força multinacional na fronteira sírio-libanesa, com o objetivo de impedir a possível chegada de armas ao Hisbolá.

Com relação ao desarmamento da milícia islamita, Aridi afirmou que se trata de "uma questão interna do Líbano" que "não será debatida" sem que Israel se retire dos territórios que ainda ocupa no sul do Líbano e acabe com "seus ataques e violações" da resolução 1701.

O ministro da Fazenda libanês, Jihad Azur, também expressou hoje à Efe sua satisfação pelo compromisso europeu de enviar ao sul do país até sete mil soldados, o que, segundo sua opinião, "reforçará a pressão sobre Israel" para que esta acabe com o embargo.





Fonte: EFE

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