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Polícia Brasil
Sábado - 26 de Agosto de 2006 às 08:17

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A Polícia Civil de Santo André apreendeu ontem em São José dos Campos a contabilidade de células do PCC que agem no Grande ABC, no Vale do Paraíba e na região de Campinas. A quadrilha movimenta cerca de R$ 200 mil por semana, segundo o delegado da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Santo André, Marcelo Bianchi.

Uma das contas bancárias identificadas durante as investigações, em nome de uma criança de três anos, tinha cerca de R$ 200 mil em depósitos.

Também foram apreendidos um fuzil, uma carabina, uma porção de cocaína e duas espadas de samurai utilizadas no batismo de novos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Um homem que seria responsável por guardar as armas do PCC conseguiu fugir ao perceber a presença da polícia.

Outro homem, que estava com a droga, foi preso por tráfico. O fuzil, de acordo com o delegado, foi utilizado pelo PCC para atacar um policial em Caçapava, no Vale do Paraíba.

A polícia foi a São José dos Campos após obter gravações telefônicas que indicavam que funcionava na cidade a contabilidade e o depósito de armas. Segundo o delegado Bianchi, o número de armas só não foi maior porque, na quinta-feira à noite, criminosos de várias cidades participaram de uma festa em que o armamento foi distribuído entre eles.

"Poderíamos esperar um pouco mais para avançar nas investigações, mas, como havia uma grande quantidade de armamento, optamos por fazer essa apreensão", disse.

A contabilidade estava na casa de uma mulher que seria casada com Luciano de Oliveira Costa, o "Luciano Gordo", condenado por vários seqüestros no Vale do Paraíba.

A mulher, identificada como A.B.D., não foi presa, de acordo com o delegado, porque havia viajado a Presidente Venceslau para visitar Luciano. Como não houve flagrante, a polícia vai pedir a prisão dela à Justiça.

O apartamento onde ela mora fica no São Dimas, bairro de classe média alta na região central de São José dos Campos. "Ela era a tesoureira", diz. O caderno traz anotações com nomes de pessoas que integrariam a facção e discrimina valores que teriam arrecadado.

A relação de contas correntes mostra pequenos depósitos, geralmente no valor de R$ 500 e R$ 1.000, que seriam depositados como mensalidade pelos criminosos. Quando o montante se aproximava de R$ 10 mil, o dinheiro era sacado.

A relação de contas bancárias que serão analisadas pelos órgãos federais de combate a lavagem de dinheiro receberam um documento que contém informações sobre Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC e de mais 109 integrantes (25 lideranças e 85 pilotos) da facção.





Fonte: Folha de S. Paulo

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