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Nacional
Sábado - 26 de Agosto de 2006 às 04:06

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Alvo de operação na última quarta-feira de agentes da Delegacia de Defraudações, o "escritório-antiquário" que funcionava na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, especializado na comercialização proibida de benefícios, como vales-transporte eletrônico e cartão de refeição, chegou a movimentar R$ 157.291,71 em créditos só entre os meses de janeiro e maio. O lucro dos donos do negócio foi de R$ 62.916 - média de R$ 15.729 por mês.

As informações aparecem numa das listas apreendidas pela polícia durante a operação, que foi acompanhada de perto pelo delegado Roberto Ramos. O documento, com o nome de clientes e seus gastos, foi encontrado no porta-malas do Renault Clio vermelho, que estava estacionado em frente ao escritório e que pertence à dona do antiquário, identificada apenas como Sílvia. Caderno

Junto com a lista, que tinha dados de 567 clientes do escritório, os policiais apreenderam caderno com informações de outros 499 fregueses, três cartões do vale-transporte recarregável, 31 vales-refeição eletrônicos e outros seis tíquetes do vale-alimentação.

A relação aponta quanto cada cliente vendeu de créditos do cartão. Há casos de valores altos, como a funcionária de empresa de saúde que vendeu R$ 1.172,90 em benefício. Ela recebeu R$ 703,74 como pagamento. O antiquário ficou com R$ 469,16 do saldo inicial.

Para garantir a rentabilidade do negócio, os fraudadores pagavam apenas 60% do valor total dos créditos adquiridos. O prejuízo dos trabalhadores que negociavam o benefício chegava a 40%.

Segundo o titular da Delegacia de Defraudações - que desde maio investiga a fraude -, delegado Fernando Villa Pouca, a meta agora é descobrir como os créditos dos cartões eram descarregados pelos fraudadores.

"Estamos trabalhando para tentar identificar como eram feitas as descargas dos créditos contidos nesses cartões negociados no escritório. Queremos saber se eles eram revendidos a outros passageiros com algum ágio, ou até mesmo se eram repassados a empresas de ônibus, que podem estar envolvidas nesse esquema criminoso", explica Villa Pouca.

A participação de empresa de ônibus já foi descoberta em pelo menos um caso. Um dos cartões comprados por escritório na Rua Uruguaiana, no Centro, foi descontado em ônibus da Viação Mauá. A Delegacia de Defraudações fez operação no escritório dias depois e apreendeu lote de 18 cartões, além de máquinas.

Cartões ainda ativos Roubados no início do mês da sede da Secretaria Municipal de Saúde, no Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova, os vales-transporte eletrônicos (RioCards) que deveriam ter sido distribuídos a pacientes com tuberculose continuam sendo usados nos ônibus do Rio. Segundo a Fetranspor, 70% dos créditos contidos nos 420 cartões que ainda não foram recuperados já foram gastos pelo bando.

Eles fazem parte do lote de 600 bilhetes que foram desviados do programa de Tratamento Diretamente Observado por fraudadores do sistema. Levados para escritório na Avenida Almirante Barroso, no Centro, eles foram negociados. Os outros 180 cartões foram recuperados pela polícia no dia 3.

Mesmo ciente do desvio, a secretaria não solicitou bloqueio dos cartões, que evitaria perda de créditos.




Fonte: O Dia

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