Berlusconi diz que a Itália "deve ser católica e dos italianos"

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi se mostrou hoje contrário à política de imigração do Governo e disse que a Itália "deve ser católica e dos italianos", em discurso no congresso do movimento católico Comunhão e Libertação, em Rimini, na região da Emília-Romanha.

Após passar suas férias em Sardenha, o líder da oposição conservadora retornou com este discurso ao primeiro plano da vida política italiana.

"Para nós, a Itália tem de ser católica e dos italianos. A esquerda pensa por outro lado, em uma Itália multiétnica", disse Berlusconi, apoiado pelos aplausos de cerca de 70 mil presentes no congresso anual da organização.

Berlusconi afirmou que a centro-direita - na oposição após perder as eleições de abril - está disposta a "acolher com todos os direitos" os imigrantes, sempre que respeitem as regras, leis e tradições do país.

O ex-governante disse também que antes de dar a cidadania para um imigrante, é preciso examinar seu conhecimento do idioma, assim como a história da Itália, sua geografia e os fundamentos do país.

Berlusconi, que completará 70 anos em setembro, disse que está "condenado" a seguir na vida política, apesar de sua derrota nas últimas eleições gerais para o líder da centro-esquerda, Romano Prodi, por cerca de 25 mil votos.

"Estou condenado a seguir adiante, entre outras coisas, por uma questão de orgulho e história pessoal. A metade do país me detesta, a outra metade me respalda e talvez me ame", assinalou.

O dirigente conservador se mostrou mais uma vez contrário à esquerda e advertiu que o comunismo "continua sendo um perigo".

Sobre a derrota eleitoral, Berlusconi argumentou que perdeu a disputa porque "era um momento de dificuldade para todas as economias européias e, de fato, em todas as partes a oposição venceu, com exceção do Reino Unido, onde havia condições diferentes".