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Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 16:52

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A produção de petróleo e gás do Golfo do México ainda está em recuperação depois dos danos sofridos no ano passado pelos furacões Katrina e Rita.

A indústria também se mantém em expectativa quanto à temporada de furacões em 2006, que até agora tem se mostrado calma, permitindo que as companhias de exploração e refinarias prossigam com os reparos e coloquem em funcionamento as plataformas petroleiras, afirmou Caryl Fagot, relações pública do escritório regional do Serviço de Tratamento de Minérios para a região do Golfo, em Nova Orleans.

Num momento em que se aproxima o período tradicionalmente mais ativo da temporada de furacões o Golfo do México ainda não tem notícias de ameaças. O Serviço Meteorológico Nacional insiste que a temporada será agitada, mas baixou suas previsões iniciais de seis fortes furacões para três ou quatro.

No final de junho, a produção offshore se mantinha 12% abaixo dos níveis do ano passado, e a extração de gás 9% inferior ao normal, indicou Fagot, assinalando, além disso, que a partir dessa data foram colocação em andamento de outras perfuratrizes danificadas pelos furacões.

O Katrina atingiu o litoral do Golfo em 29 de agosto de 2005, provocando a morte de 1.300 pessoas e devastando Nova Orleans e longos trechos de sua costa. Por sua parte, Rita chegou em terra firme no dia 24 de setembro, depois de uma destrutiva passagem pelos campos petroleiros ocidentais.

Os dois furacões destruíram ou infringiram sérios danos em 165 plataformas offshore e diminuíram significativamente o nível da produção de petróleo e gás.

O Golfo do México produz cerca de 1,5 milhão de barris por dia, 25 a 30% da produção americana.

Muitas das plataformas afetadas, uma fração das 4.000 do Golfo, não voltarão a funcionar, advertiu Michael Kearns, porta-voz da Associação Nacional de Indústrias Oceânicas.

Várias delas foram construídas antes de 1988, quando o governo introduziu medidas mais rígidas para sua fabricação, ou foram colocadas em extensões com baixa produção.

Algumas plataformas de grande tamanho em águas profundas, no entanto, foram apagadas pelos furacões, como, por exemplo, a Mars da Shell, que reiniciou parcialmente suas atividades em maio e produz atualmente 145.000 barris de petróleo e 155 milhões de pés cúbicos de gás por dia, 10% acima de seus níveis anteriores, segundo um comunicado da companhia.

As eleições aprendidas durante a temporada de furacões 2005 serviram para equipar melhor as refinarias, o que lhes permite enfrentar eventos tais como falhas de energia ou cortes de comunicação, comuns no passado.

Apesar de a produção de petróleo ter se mantido relativamente estável por algum tempo, o mercado se mantém volátil por muitos fatores, como o fechamento parcial do campo petroleiro de Prudhoe Bay, no Alasca, explorado pela BP, a violência no Oriente Médio e as imagens ainda vivas da temporada de furacões passada.

Neste ambiente, uma diminuição de inclusive 1 ou 2 pontos percentuais da produção pode impactar em grande parte o mercado, segundo Fadel Gheit, analista da indústria da Oppenheim & Cia.

"Quando a situação é tensa, tudo conta", explicou.

"Temos um mercado fragilmente balanceado", disse Gheit. "Se ocorrer uma diminuição de dois ou três milhões de barris por dia num período significativo de tempo, digamos 30 ou 40 dias, garanto que veremos preços de 100 dólares por barril", assegurou.

Grandes quantidades das reservas estratégicas americanas ajudaram a estabilizar os preços, destacou. Mas a calma é tênue: há várias semanas uma pequena alteração no Golfo provocou medo de que pudesse ocorrer uma tempestade tropical.

"Todo mundo fugiu paras as colinas e os preços do gás pularam 20% em um dia", acrescentou o analista.





Fonte: AFP

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