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Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 15:24

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O homem que sequestrou a menina Natascha Kampush e a manteve como refém por oito anos construiu o cativeiro subterrâneo bem antes do momento em que a capturou, lembrou um vizinho na sexta-feira.

"Ele começou a construir a oficina talvez um ano ou um ano e meio antes do sequestro", disse o vizinho da cidadezinha austríaca de Strasshof, cerca de 25 km a nordeste de Viena. Natascha foi sequestrada quando tinha 10 anos. Na quarta-feira, ela finalmente conseguiu fugir, solucionando um dos maiores mistérios policiais da Áustria.

"Parece mesmo que ele planejou tudo com boa antecedência", disse o vizinho sobre Wolfgang Priklopil. O cativeiro tinha 6 metros quadrados e ficava debaixo da garagem da casa de Priklopil.

A entrada para a cela da menina era disfarçada como se fosse uma minioficina — um local rebaixado no chão para consertar carros de baixo para cima.

"Ele fez tudo sozinho, e muitas vezes trabalhou até tarde da noite", afirmou o vizinho. "Ele era muito diligente".

Assim como outros moradores da cidade de 7.000 habitantes, ele tentava entender como pode não ter percebido nada ao longo de oito anos.

"Como uma pessoa pode ser tão enganada por outra?", perguntou um morador, cuja casa fica diante da de Priklopil, e que não quis se identificar. "Nunca pensei que alguma coisa desse tipo pudesse acontecer em nosso bairro."

Foram poucos os curiosos que foram na sexta-feira até a rua isolada do cativeiro para observar a casa do técnico em comunicações, que ficava por trás de uma cerca viva bem cuidada.

Outra moradora da rua, uma mulher de cerca de 50 anos, descreveu Priklopil, 44, como um homem tranquilo e discreto.

"Nunca tivemos contato", disse ela, que também não quis dar seu nome. "Ele sempre trabalhou e não chamava a atenção."

Suspeito de ter capturado a menina quando ela ia para a escola, em 1998, Priklopil cometeu suicídio na própria quarta-feira, quando a fuga da garota deu início a uma verdadeira caçada.

A cidade de Strasshof é um misto de casas de família e de casas de veraneio para aposentados. Uma aposentada que tem uma casa perto dali disse ter ficado abalada por saber ter passado tantas vezes diante da casa onde Natascha era mantida prisioneira.

"Por oito anos a menina ficou trancafiada", disse ela. "Ninguém percebeu nada."





Fonte: Reuters

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