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Saúde
Domingo - 17 de Fevereiro de 2013 às 12:59
Por: JOANICE DE DEUS

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Algumas delas frequentam as bocas-de-fumo até o dia do parto e ainda rejeitam os filhos, que são levados para o Lar da C
Algumas delas frequentam as bocas-de-fumo até o dia do parto e ainda rejeitam os filhos, que são levados para o Lar da C
O consumo do álcool e outras drogas como a maconha, cocaína e pasta-base durante a gestação é uma situação crescente em todos os níveis sociais e que representa sérios riscos para o feto. No Estado, as autoridades públicas não têm um levantamento sobre as gestantes viciadas, mas a realidade nos hospitais chama a atenção para a gravidade do problema. 

“É cada vez mais comum. São recém-nascidos filhos do Estado e que já apresentam danos ao nascer. É um gravíssimo problema de saúde pública”, alertou o médico Marcelo Sandrin, diretor do Hospital e Maternidade Santa Helena, conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

Escravas do vício, muitas gestantes fazem o uso constante de entorpecentes até o dia do parto. Outras até procuram assistência médica antecipadamente, porém a detecção de que fazem uso abusivo do álcool ou de alguma substância química exige a atenção redobrada do médico. Isso porque, conforme Sandrin, elas negam, mentem e acabam sendo identificadas pelo estado físico como olhos vermelhos e sonolência. 

Também são solicitados exames para confirmar o consumo de drogas com orientação e indicação para tratamento e abstenção do vício. Entretanto, as gestantes não conseguem vencer a dependência à droga. 

Estudos mostram que o baixo peso, problemas neurológicos ou psíquicos, cardíacos e intestinais estão entre os principais danos causados à criança pelo uso de drogas durante a gestação. Sandrin explica, por exemplo, que bebês expostos ao álcool durante a gestação podem apresentar hipoglicemia, ou seja, baixo nível de açúcar no sangue. 

Porém, no caso de drogas como cocaína, pasta-base ou mesmo o crack, os danos podem ser imprevisíveis resultando, inclusive, na morte intrauterina do feto. “Numa overdose, a droga pode matar a criança”, disse Sandrin, destacando ainda o nascimento frequente de bebês prematuros. 

Os recém-nascidos também sofrem com a síndrome de abstinência. “O sinal clássico desta abstinência é quando a criança não para de chorar porque cortou o cordão umbilical”, citou. Outros sinais que denunciam a falta da droga sentida pela criança são tremores, irritabilidade, dificuldade de dormir. Todos esses sinais são observados para ver se o recém-nascido precisa de medicação e de qual tipo. 

No Estado, a política de tratamento, combate e prevenção às drogas está sob a coordenação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Uma das ações é a compra de vagas nas comunidades terapêuticas (CTs) para abrigar as demandas atendidas nas unidades de saúde. 

A compra ocorre porque não há nenhuma comunidade pública e as que existem são instituições particulares ou mantidas por igrejas. Além disso, apenas duas comunidades atendem internos do sexo feminino. O valor pago é de R$ 27,67 por dia. 

Da coordenadoria de Políticas Públicas (Coad), Thiago Corrêa da Costa informou que atualmente há duas gestantes internadas nas CTs. Porém, não há um levantamento sobre o perfil dessas mulheres. “Elas são da capital e também do interior e, geralmente, (as internações) são por ordem judicial”, destacou. 

O detalhe é que o modelo de comunidades terapêuticas não obriga que tenham médicos, embora algumas possuam o profissional no seu quadro de voluntários ou funcionários. 




Fonte: Do DC

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