Itália prevê um mecanismo de rodízio no comando da Finul
O chefe da diplomacia italiana afirmou ao jornal francês "Le Monde" que "a experiência demonstra que não funciona" a relação direta entre a direção estratégica e o comando no teatro de operações, por isso é necessário "um comando interativo".
D''Alema afirmou que a Itália está disposta a assumir em algum momento o comando da Finul, reforçada segundo a resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU.
"Se a Itália envia 3.000 soldados ao Líbano, poderá, em um dado momento, querer assumir o comando da Finul ampliada", assegurou o ministro italiano, que hoje se reunirá com os ministros de Exteriores da União Européia (UE) e com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para discutir a composição da Finul.
O chefe da diplomacia italiana negou que a Itália tenha reivindicado o comando da força e afirmou que sua pretensão é "simplesmente estar ali com a Europa e em nome da Europa".
"A Itália se vê ao lado da França e da Espanha, como três países mediterrâneos mobilizados na vanguarda da Europa", assegurou.
D''Alema ressaltou as diferenças entre a situação do Líbano e a do Iraque, país do qual a Itália retirou suas tropas após a chegada da centro-esquerda ao Governo.
"São dois casos diferentes. Neste estamos dentro da legalidade internacional. Vamos ao Líbano para restaurar a paz, não para ocupar o país, e em pleno acordo com o Governo libanês eleito", assegurou.
"O Iraque é uma tragédia e os projetos (americanos) do ''novo Oriente Médio'', um desastre. Os Estados Unidos necessitam da Europa desta vez. É preciso ajudar o país e aproveitar para tentar mudar sua perspectiva. É uma ocasião que a Europa deve assumir unida, enquanto na Guerra do Iraque estávamos divididos", disse.
Para D''Alema, a reunião de ministros de Exteriores europeus deve gerar "uma declaração segundo a qual a UE apoiará a resolução 1.701 e convidará os membros a dar sua contribuição" à Finul.
"O compromisso da União em si mesmo pode ser decisivo para convencer outros membros do Conselho de Segurança", afirmou.
Comentários