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Economia
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 09:07

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O governo deve disponibilizar R$ 800 milhões para auxiliar indústrias têxteis e de confecções na exportação de seus produtos. A medida, a ser anunciada nos próximos dias, segundo o ministro Luiz Marinho (Trabalho), vem se somar a linhas já existentes de financiamento para os setores de calçados, móveis e máquinas agrícolas, num total de R$ 1 bilhão.

No esforço para tentar diminuir o custo de produção dos exportadores, o governo decidiu também reforçar os recursos no Orçamento da União do ano que vem para a melhoria dos portos brasileiros.

No texto que será encaminhado ao Congresso na próxima semana com previsão de gastos e receitas para 2007, o dinheiro disponível para investimentos na área portuária irá, segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), "mais do que dobrar". "Os portos são um ponto de estrangulamento da economia, e precisamos melhorar a gestão", afirmou Mantega à Folha.

As duas medidas ajudarão a minimizar as perdas dos exportadores com a valorização do real nos últimos meses. "A taxa de câmbio é resultado da solidificação da economia brasileira. Então, temos que compensar [os empresários] com outros mecanismos que reduzam custo financeiro e de infra-estrutura", disse Mantega.

Segundo Marinho, que participou ontem da reunião do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) no Palácio do Planalto, com os novos recursos, os setores têxtil e de confecções contarão com juros menores nos financiamentos do que os praticados por bancos no mercado.

A iniciativa atende a reivindicação de setores brasileiros que utilizam mão-de-obra intensiva e vêm sofrendo forte competição nos mercados externo e interno. Lá fora, o produto nacional perde competitividade em razão da valorização do real nos últimos meses. E, no Brasil, há a concorrência principalmente de importados, em especial dos chineses.

Também presente na reunião do CDES, Paulo Skaf, empresário da área têxtil e presidente da Fiesp, disse não ter conhecimento das medidas em gestação no governo, mas acrescentou que o setor vem "brigando há muito tempo" por medidas como essa.

Mais medidas

As novas linhas de financiamento prometidas por Luiz Marinho integram um conjunto de medidas sacadas pelo governo federal para auxiliar o empresariado neste ano, em que há eleições.

No início do mês, o governo anunciou um pacote para auxiliar empresas exportadoras, permitindo que elas deixem até 30% dos dólares recebidos no estrangeiro. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, também prometeu para este mês um pacote de desoneração de semicondutores para estimular a vinda de fábricas. Também estão previstos um pacote voltado para a habitação, autorizando o uso de crédito consignado na folha de pagamento para a aquisição de imóveis, e um conjunto de medidas para induzir a redução do "spread" --diferença entre o valor captado pelos bancos e o custo para emprestarem.

Cartão BNDES

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aumentou o limite de financiamento do Cartão BNDES de R$ 100 mil para R$ 250 mil. O objetivo do cartão é facilitar a compra de equipamentos pelas micro, pequenas e médias empresas, com faturamento bruto anual inferior a R$ 60 milhões. O prazo de pagamento é de 36 meses, com juros definidos mensalmente por taxa divulgada pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro). Em agosto, a taxa vigente é de 1,2% ao mês.

O banco anunciou também que o cartão poderá ser usado para a compra de insumos pelos setores têxtil e de confecção. O BNDES estuda ainda incluir os caminhoneiros como potenciais clientes do cartão.





Fonte: 24HorasNews

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