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Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 08:27

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A chefe do USTr (espécie de Ministério do Comércio Exterior dos EUA), Susan Schwab, disse nesta sexta-feira que a Rodada Doha de negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio) pode permanecer suspensa por anos se não houver um acordo que tire o processo do impasse nos próximos seis a oito meses.

"Vamos nos esforçar muito entre agora e os próximos seis a oito meses para ver se conseguimos um avanço. Se não conseguirmos até janeiro, fevereiro, março (...) vai levar anos até que consigamos sair do impasse", disse Schwab.

A Rodada Doha de negociações para liberalização do comércio mundial foi lançada em 2001, na cidade de Doha (capital do Qatar), através da redução de restrições ao comércio mundial --principalmente de barreiras a produtos vindos de países em desenvolvimento.

Desde 2003, no entanto, a rodada está estagnada, após o impasse que marcou a reunião ministerial ocorrida em Cancún, no México.

Schwab, em visita à Malásia, disse que "não há sentido em retomar a Rodada Doha a menos que haja algo substancial, um resultado importante [à vista]".

A representante comercial americana deve ir à reunião do Grupo de Cairns, formado por 18 exportadores agrícolas (incluindo o Brasil), que deve ser realizada em setembro na Austrália, e que pode ser a base para a retomada da rodada, tal como foi proposto pelo ministro australiano do Comércio, Mark Vaile.

A expectativa do ministro australiano pode ser frustrada, no entanto, uma vez que o comissário para o Comércio da União Européia (UE), Peter Mandelson, não deve ir à reunião.

A UE culpa os EUA pela interrupção nas negociações por se recusarem a realizar cortes maiores nos subsídios a seus produtores agrícolas. Os americanos rebatem, acusando a UE de não abrir seus mercados agrícolas a produtos de outros países.

Prazo

As negociações da Rodada Doha têm um "prazo não-oficial" para serem concluídas: 2007, quando expira o "fast track", concedido elo Congresso americano ao presidente George W. Bush. O "fast track", ou TPA (Autoridade para Promoção Comercial), é uma autorização dada ao presidente Bush para, durante cinco anos, negociar acordos comerciais. O Congresso pode aprovar ou rejeitar (em um prazo de 90 dias) os acordos feitos por Bush, mas não pode modificar os acordos.

A interrupção nas negociações não paralisou os trabalhos dos representantes comerciais dos países membros da OMC. Índia e Japão já anunciaram que, enquanto a rodada não volta à ativa, irão buscar acordos bilaterais.

O Chile, por sua vez, pôs em funcionamento nesta semana um tratado de livre-comércio com a China.





Fonte: Folha de S. Paulo

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