Petistas se reuniram com PCC, diz Saulo
Sem dar o número dos inquéritos nem citar nomes dos envolvidos, ele afirmou que a relação ocorre desde a eleição anterior, de 2004. Para o PT, trata-se de uma "arapuca" de Saulo.
"Em alguns inquéritos você tem essa correlação, uma certa simpatia. Mas isso desde a outra eleição. Tinha reuniões de candidatos do PT com o pessoal do PCC. Isso tem", disse ontem o secretário no Comando Militar do Sudeste. Saulo, porém, não deu detalhes das reuniões.
A afirmação foi feita ao responder se havia inquérito específico para investigar a suposta ligação entre petistas e o PCC, como revelou a Folha na edição de quarta-feira. "Não [há inquérito específico]."
A informação sobre o inquérito foi confirmada à Folha pela assessoria de imprensa da Delegacia Geral da Polícia Civil, pela assessoria da própria secretaria e pela Promotoria de Presidente Venceslau (SP).
O inquérito foi aberto depois de gravações telefônicas, feitas pela Promotoria, com autorização judicial, mostrarem dois presos ligados ao PCC combinando ataques contra políticos, menos os do PT. Anderson de Jesus Parro, o Moringa, e Osmar Gonçalves do Nascimento, o Magrelo, citam textualmente políticos do PSDB como alvos. A gravação é de 12 de maio --início dos atentados do PCC.
Eleição
Há duas semanas, em entrevista ao programa "Canal Livre", da TV Bandeirantes, o próprio Saulo afirmou que havia um inquérito em curso, com provas que mostram que o PT estava por trás de ações do PCC. O objetivo, segundo disse na entrevista, seria desgastar Geraldo Alckmin, candidato a presidente pelo PSDB.
Ontem, indagado sobre as declarações de dirigentes do PT de que ele armou as escutas, Saulo declarou que as informações estão no inquérito. "O inquérito é público", afirmou.
Procurado ontem para comentar as novas afirmações do seu secretário, o governador Cláudio Lembo (PFL) não se pronunciou. Anteontem, ele confirmou a existência do inquérito que apura a existência ou não de vínculo entre o PCC e militantes do PT.
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