Negro cumpre pena no lugar de homônimo branco

João Pereira da Silva, negro, 34 anos, cumpre pena na penitenciária de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, no lugar de um homônimo. João Pereira da Silva, branco, 28 anos, foi condenado a três anos e meio por roubar, com uma arma, R$ 162. Após seis meses na penitenciária, ele fugiu.

O "João branco", que também havia sido condenado - um ano de prisão por furtar uma carteira com R$ 10 - já cumpriu a pena que deveria, mas não consegue deixar a penitenciária.

As coincidências entre "João branco" e "João negro" se estendem ao nome dos pais deles. Ambos são filhos de Pedro Pereira da Silva e Maria Pereira da Silva. A data de aniversário também é parecida o primeiro é de 5 de junho e o segundo, de 14 de junho.

A confusão fez com que "João negro" passasse um ano a mais na prisão, após cumprir sua pena. Há um ano, ele fez o exame datiloscópico (que registra impressões digitais) para provar que não era o "João branco" ¿ já que não tem carteira de identidade.

Os resultados, que chegaram à Justiça em março, comprovaram que as digitais de "João negro" são diferentes das de "João branco". Apesar do exame, sua saída da prisão não foi autorizada.

De acordo com a Folha de S.Paulo, a Pastoral Carcerária pediu, na quarta-feira,um habeas-corpus para que ele seja solto imediatamente. O pedido deve ser analisado em duas semanas.

A confusão teria começado quando "João negro" foi condenado, em agosto de 2004. Na hora da execução da pena, a Justiça anexou a sentença do homônimo, que tinha fugido do presídio de Hortolândia em 1999, segundo a Pastoral.