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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 02:59

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A Polícia japonesa deteve hoje o presidente e outros membros da diretoria da empresa Mitutoyo, fabricante de instrumentos de precisão, por suposta exportação para a Malásia de dispositivos que poderiam ser usados para fabricar armas atômicas.

As suspeitas apontam que a empresa, cuja sede em Tóquio foi revistada hoje, também pode ter vendido ao Irã aparelhos usados para determinar a precisão das centrífugas de enriquecimento de urânio de uso militar.

O presidente da companhia, Kazusaku Tezuka, o vice-presidente, Norio Takatsuji, e outros três executivos foram acusados de violar a lei de comércio. Segundo a agência "Kyodo", eles teriam exportado sem licença dois instrumentos de medição que poderiam ser usados para a fabricação de bombas nucleares.

Um desses dispositivos foi enviado à Líbia, através de Dubai, num navio registrado no Irã.

Segundo as fontes citadas pela "Kyodo", os dois aparelhos foram encomendados pela Scomi Precision Engineering da Malásia. Há suspeitas de que a firma esteja relacionada com o mercado negro nuclear montado pelo cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan.

O equipamento japonês foi descoberto numa das inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na Líbia entre dezembro de 2003 e março de 2004, depois de o país renunciar à fabricação de armas de destruição em massa.

A Mitutoyo já tinha sido acusada anteriormente de exportar aparelhos semelhantes sem licença.

Eles são usados para medir formas cilíndricas em três dimensões com grande exatidão. Adotados na fabricação de autopeças, também podem ser empregados para verificar a precisão das centrífugas cilíndricas de enriquecimento de urânio, o elemento básico das armas atômicas.

Segundo a Promotoria japonesa, Takatsuji e outros diretores da Mitutoyo falsificaram declarações de alfândegas para exportar as duas unidades, entre outubro e novembro de 2001. A exportação precisava de permissão do ministro da Economia e Comércio.

Os dispositivos foram exportados a uma subsidiária da Mitutoyo em Cingapura, e de lá levados por terra à Malásia.

Na Líbia também foi encontrado um vídeo no qual funcionários da empresa japonesa explicavam a forma de usar os instrumentos.

A Polícia suspeita que a Mitutoyo tenha exportado equipamentos similares ao Irã através de um escritório comercial de Shibuya, perto de Tóquio, que hoje foi revistado.

Em fevereiro, agentes policiais já tinham feito buscas nas fábricas e escritórios da Mitutoyo, suspeita de exportar aparelhos semelhantes à China e à Tailândia, nos anos de 2001 e 2002, respectivamente.

A Mitutoyo foi fundada em 1934 e é um dos principais fabricantes de máquinas de medição de alta precisão do mundo, com fábricas e institutos de pesquisa em mais de 20 países. No ano fiscal 2005, suas vendas consolidadas foram de 107 bilhões de ienes (US$ 922 milhões).




Fonte: EFE

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