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Internacional
Sexta - 25 de Agosto de 2006 às 00:55

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Famílias de soldados israelenses que morreram nos combates com a milícia xiita libanesa Hisbolá se uniram hoje a milhares de reservistas que exigem uma investigação judicial sobre a atuação do Governo e a renúncia do primeiro-ministro Ehud Olmert, pelos erros cometidos durante o conflito.

As manifestações, que começaram esta semana após o retorno dos reservistas convocados durante a ofensiva contra o Hisbolá, se intensificaram nesta quinta-feira, em frente à sede do Governo e ao Palácio de Justiça, em Jerusalém.

Os reservistas acusam seus comandantes de falta de idoneidade, indecisão e ordens contraditórias. Eles denunciam também a falta de equipamentos adequados para o combate, inclusive alimentos.

Os pais de um dos soldados mortos, o sargento Rafael Moskal, ameaçaram iniciar uma greve de fome diante do escritório de Olmert, se ele não renunciar num prazo de quatro dias.

Moskal morreu na aldeia libanesa de Ras al-Maroun. Seus pais lideraram hoje um comboio que se dirigiu do centro do país rumo ao túmulo da ex-primeira-ministra Golda Meir, junto ao cemitério militar de Jerusalém, no monte Teodoro Herzl, onde jazem mais de 4 mil soldados mortos.

Golda Meir se viu obrigada a renunciar após a Guerra do Yom Kipur, em outubro de 1973, por causa dos erros de seu Governo e das autoridades militares. Por isso, ela é vista pelos manifestantes como um "símbolo da responsabilidade".

Entre os manifestantes, alguns exigem uma investigação independente do comportamento do Governo de Olmert, de seu ministro da Defesa, Amir Peretz, e do chefe das Forças Armadas, general Dan Halutz. Outros pedem a renúncia imediata dos três.

Segundo uma pesquisa divulgada hoje, 63% dos israelenses querem a renúncia do chefe do Governo; 74% a de Peretz, líder do Partido Trabalhista, e 54% a de Halutz.

O ministro de Cultura, Ciência e Esportes, o trabalhista Ophir Pines Paz, disse na quinta-feira que Olmert levará ao Conselho de Ministros, neste domingo, uma proposta para promover uma investigação sobre "os erros cometidos durante a guerra".

Peretz disse aos jornalistas que o "objetivo imediato" das autoridades militares é "restabelecer o estado de prontidão" do Exército. "Estamos numa batalha pela futura imagem de nossas Forças Armadas", disse, aparentemente admitindo a perda da capacidade de dissuasão diante do Hisbolá.

Pines Paz disse que o Governo "terá que aceitar uma investigação independente, presidida por uma personalidade como um juiz da Suprema Corte de Justiça, para recuperar a confiança da opinião pública".

Olmert e Peretz decidiram submeter a uma "comissão de analistas" formada por cinco generais da reserva e um industrial uma análise dos erros cometidos. Mas o grupo abandonou a missão depois do primeiro dia de deliberações, cedendo à pressão da opinião pública, que pedia uma investigação judicial.




Fonte: EFE

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