CNI pede a candidatos máquina pública menor e mais eficiente
"O grande problema do Brasil é o baixo crescimento", disse José Augusto Fernandes, diretor-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"A atual política econômica é uma camisa-de-força. Levaria 100 anos para alcançarmos a renda per capita de Portugal."
As duas últimas pesquisas de intenção de voto, realizadas após o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, mostram ainda a liderança folgada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e continuam apontando a sua reeleição já no primeiro turno.
Entre outras prioridades sugeridas pela CNI para a próxima gestão está a redução do gasto público, além das reformas previdenciária e trabalhista, segundo documento da entidade que será encaminhado aos presidenciáveis.
Até agora, nenhum dos candidatos apresentou propostas específicas que abordagem temas sugeridos pala CNI, os quais incluem desde a redução das taxas de juros e da burocracia a medidas para incentivar o investimento em infra-estrutura. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse em entrevista à Reuters na quarta-feira que os atuais níveis de disciplina fiscal são suficientes, desapontando alguns empresários.
"É obvio que estamos preocupados. A carga tributária está absurdamente alta e o Brasil está perdendo terreno na economia mundial", afirmou o presidente em exercício da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira. "O Brasil está com pressa e o próximo presidente precisa de uma agenda para colocar em prática a partir do primeiro dia."
Altos gastos públicos têm conduzido a uma carga tributária para cerca de 37 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sufocando o crescimento econômico, dizem economistas.
Alguns empresários, que preferem não se identificar, afirmam não considerar o Brasil como parte do chamado "Bric", grupo de países emergentes que rápido crescimento, que também inclui Rússia, Índia e China.
Na última década, a economia do Brasil cresceu 22,4 por cento, metade da média global, informou a confederação.
Já o crescimento industrial entre 1996 e 2004 teve uma taxa anual média de 2 por cento, metade do crescimento do México e um quinto do da China.
"Nesse momento essas questões não tem estado no centro do debate eleitoral, mas nós vamos insistir", disse Fernandes.
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