Vice-presidente boliviano vem ao Brasil negociar gás natural
García lidera uma missão designada pelo presidente Evo Morales. O objetivo é desbloquear as conversas bilaterais, diante da negativa do governo brasileiro em aceitar um ajuste de preços para o gás natural que importa da Bolívia.
O vice-presidente confirmou o motivo de sua viagem em entrevista coletiva no aeroporto de Santa Cruz, onde fez uma escala antes de partir para Brasília.
O governo boliviano quer aumentar de US$ 4 para US$ 7,50 ou US$ 8 o preço por milhão de unidades térmicas britânicas (BTU) de gás natural.
García deve conversar nesta quinta-feira com o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e depois com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
Depois será recebido pelo presidente Lula e pelo co ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A visita de García não inclui nenhuma reunião com os executivos da Petrobras, que é a maior crítica a um ajuste de preços.
Ministro
O ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz, ratificado no cargo nesta quinta-feira pelo presidente Morales, apesar de uma moção de uma censura do Senado, insiste numa negociação política do preço do gás.
Soliz voltou a dizer que o gás boliviano ganha em qualidade dos combustíveis poluentes usados na área industrial de São Paulo, a um preço igual ao pedido pela Bolívia.
A nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada por Morales dia 1º de maio, e a ocupação militar das refinarias da Petrobras na Bolívia, estremeceram as relações entre os dois países.
Desde 29 de junho, Petrobras e estatal boliviana YPFB realizaram quatro reuniões para discutir o preço do gás, mas não chegaram a um acordo. No dia 11 de agosto, as duas estatais decidiram estender as negociações por mais 60 dias.
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