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Cidades/Geral
Quarta - 23 de Agosto de 2006 às 18:21

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Os agentes prisionais do Presídio Pascoal Ramos protocolaram, na Superintendência do Sistema Prisional, um documento que delata as más condições de trabalho enfrentadas no local.

De acordo com a denúncia, há 90 dias eles passam por diversas dificuldades como falta de água mineral para consumo diário, problemas com alimentação e precariedade de material higiênico. Os agentes acusam a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de omitir os problemas do sistema prisional.

Um agente prisional - que não quis ser identificado - disse que a água não recebe tratamento e a comida chega azeda e é de má qualidade. "Eu fui três vezes para o Pronto Socorro por causa da comida".

Segundo o agente, falta iluminação nos raios e eles não possuem lanternas para fazer as rondas."Depois da 18h é só no escuro. Tem três lanternas mas nenhuma funciona".

"No interior do Estado a situação é muito pior. Além disso tudo, tem a questão da segurança. Os agentes do interior trabalham sozinhos, sem guarniação da Polícia Militar". Segundo ele, as últimas três turmas que tomaram posse para o cargo de agente, não passaram por curso de capacitação específico. "São pessoas sem o mínimo preparo para trabalhar com presos", explica.

O outro lado

O comunicado chegou na Secretaria no dia 17 de agosto, mas ninguém soube explicar porque o documento só foi entregue agora ao superintendente do Sistema Prisional, Domingos Sávio Grosso. "Se alguém passar mal em virtude da ingestão dos alimentos, peço que nos informem dentro de uma prazo de 72h para que possamos tomar as providências cabíveis em desfavor da fornecedora da alimentação". Sobre o problema da água, o superintendente disse que o problema foi resolvido hoje.

O secretário de Justiça, Sebastião Ribeiro da Silva Filho, disse que as denúncias não procedem. "Isso não é verdade. O superintendente está lá semanalmente fazendo acompanhamento. Nós temos duas nutricionistas que fazem o acompanhamento da alimentação e a água é de um poço artesiano".

Sobre a iluminação e falta de equipamento, o secretário disse que vai verificar. "Existe esse material lá. Vamos procurar saber porque não está sendo usado", concluiu.

Sindicato

O presidente do Sindicato dos Agentes Prisionais, Clédison Gonçalves da Silva, estranhou o fato do superintendente desconhecer as reclamações. "Em junho nós encaminhamos um ofício para a Sejusp relatando os mesmos problemas", explicou.

Quadro Atual

O sistema conta hoje com cerca de mil agentes prisionais. Mesmo com o recente aumento do quadro, dos agentes que foram admitidos via concurso público, ainda há deficiência de pessoal. Em algumas cidades como Campo Novo do Parecis e Jaciara, as cadeias contam com apenas um agente prisional por plantão. Também faltam profissionais nos presídios e cadeias de São Félix do Araguaia, Alta Floresta e Cáceres. A superlotação da maioria dos presídios agrava ainda mais o problema.

O assessor de comunicação da Polícia Militar, major Vinícius, concorda que não há efetivo suficiente para zelar da segurança externa dos presídio de Mato Grosso. No entanto, ele negou que nas unidades prisionais do interior as guaritas fiquem vazias.





Fonte: RMTonline

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