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Internacional
Quarta - 23 de Agosto de 2006 às 16:40

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O Departamento de Estado americano considerou nesta quarta-feira que a resposta de Teerã à oferta do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas para superar a paralisação nas negociações sobre seu programa nuclear iraniano "não responde às condições exigidas para evitar sanções".

Vinte e quatro horas após o Irã se dizer pronto para negociar o programa nuclear, o porta-voz do Departamento, Gonzalo Gallegos, afirmou que Washington ainda consultava os colegas membros do Conselho de Segurança da ONU sobre o assunto.

"A resposta do país, no entanto, não é satisfatória quanto às condições impostas pelo Conselho de Segurança, que solicita a total e verificável suspensão de todas as atividades relacionadas ao enriquecimento" de urânio, afirmou o porta-voz.

O CS deu até o próximo dia 31 para Teerã suspender "toda atividade relacionada ao enriquecimento e reprocessamento" [de urânio], sob ameaça de ser punido com sanções econômicas.

O plano internacional, apresentado ao Irã pelas potências mundiais, oferece aos iranianos tecnologia nuclear avançada para uso civil e vantagens econômicas para que o país abandone o enriquecimento de urânio.

O Irã insiste em que seu programa nuclear tem objetivos pacíficos.

Em sua esperada resposta ao plano internacional apresentado pelos países-membros do CS da ONU com direito a veto (França, Reino Unido, Rússia, EUA e China) e Alemanha, o Irã confirmou ontem que não cogita suspender seu programa de enriquecimento de urânio, mas ofereceu uma "nova fórmula" para resolver a crise de forma diplomática.

O Irã apresentou formalmente nesta terça-feira sua resposta para o pacote de incentivos oferecido por potências mundiais e disse que a proposta contém idéias que podem permitir a realização imediata de "negociações sérias" sobre o programa nuclear iraniano.

Teerã assegura que o enriquecimento fornecerá o combustível das futuras centrais civis iranianas. As grandes potências se preocupam com a possibilidade de a república islâmica desviar o programa para produzir a matéria-prima da arma nuclear.

China e França

Autoridades chinesas e francesas também manifestaram preocupação com a proposta iraniana e afirmaram que estão analisando o documento entregue ontem.

"A China está estudando 'cuidadosamente' a resposta iraniana ao plano internacional para resolver a crise nuclear no país", disse o Ministério de Relações Exteriores, em nota divulgada pela agência estatal Xinhua.

Pequim espera que o governo iraniano considere as preocupações da comunidade internacional e proponha medidas "necessárias e construtivas", segundo o escritório do porta-voz do ministério.

"Também esperamos que as outras partes envolvidas se mantenham tranqüilas e pacientes, mostrem flexibilidade, procurem a resolução pacífica do assunto e encontrem as condições favoráveis para retomar as conversas o mais cedo possível", acrescenta a nota.

A França analisa a "complexa" resposta do Irã à oferta internacional para resolver a crise nuclear, disse nesta quarta-feira o chefe da diplomacia francesa, Philippe Douste-Blazy.

"A resposta chegou. É um documento muito longo e muito complexo. Vamos analisá-la"', afirmou o ministro de Relações Exteriores francês à televisão France 2.

Douste-Blazy ressaltou que "algumas autoridades iranianas dizem que querem negociar", mas Paris prefere ler o documento e depois, "daqui a alguns dias", dizer o que pensa e o que fará no CS da ONU, ao lado de seus "parceiros europeus, americanos, russos e chineses".





Fonte: Folha Online

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