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Saúde
Quarta - 23 de Agosto de 2006 às 15:18
Por: Edilamar Santos

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O prefeito de Campo Novo do Parecis, Sérgio Stefanelo, convocou a imprensa na tarde da última terça-feira, dia 22 de agosto, para uma coletiva de esclarecimento sobre a Hantavirose. Representantes da secretaria municipal de Saúde também participaram. O prefeito pediu o auxílio dos meios de comunicação na massificação de informações sobre a doença e defendeu a iniciativa como sendo de fundamental importância para a prevenção, que, de acordo com suas palavras “é o único remédio para a Hantavirose”.

A iniciativa da coletiva surgiu depois de uma reunião realizada na segunda-feira, 21 de agosto, com a direcao e equipe médica do Centro Hospitalar Euclides Horst. Stefanelo explicou que a divulgação dos últimos casos registrados no município criou um alerta na população, porém, algumas vezes as pessoas ficam tão preocupadas que chegam a hostilizar a equipe médica, querendo determinar o diagnóstico e o tratamento. “Em um único dia o Hospital Municipal recebeu cerca de 30 pedidos de hemograma e Raio-X”, afirmou.

O médico Lúcio Garcia Rosa reforçou a afirmação de que a prevenção é a única arma no combate ä Hantavirose e explicou que não há muito o que fazer quando a pessoa chega a contrair o vírus. “O hemograma e o raio-x fazem parte de um protocolo de suspeita de Hantavirose, mas é apenas uma forma de acompanharmos com mais atenção o paciente. Este procedimento, assim como qualquer outro, não garante que a virose não vá evoluir para uma forma grave”.

O doutor Lúcio também rebateu as afirmações de que a falta de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Campo Novo é fator decisivo para salvar a vida de um paciente com o Hantavírus. “Nós já temos aqui uma unidade de UTI móvel, que oferece o mesmo suporte que uma unidade fixa. E nós temos experiência de que a UTI não garante a vida do paciente que chega ä fase cárdio-pulmonar, que é a mais grave”.

De acordo com o médico as chances de sobrevivência para quem adquire o Hantavírus é de 50%. No entanto ele explicou que nem todas as pessoas que adquirem o vírus entram na forma mais grave. “Temos casos em que a pessoa foi contaminada e nem chegou a ficar doente. A virose simplesmente não evoluiu”. O grau de intensidade da Hantavirose varia de um organismo para outro. Isso porque o grande problema não é exatamente a ação do vírus e sim a resposta que o sistema imunológico oferece a ele. “Por isso é que a letalidade é maior nos jovens”, avaliou.

Divulgação – A principal preocupação da equipe de saúde do município é oferecer informações suficientes para que a população tome conhecimento dos cuidados necessários para evitar a Hantavirose. Para isso o Departamento de Comunicação da secretaria de Governo trabalha na elaboração de uma ampla campanha, com comerciais e boletins informativos nas emissoras de rádio, teve e jornais impressos.

Histórico da Hantavirose em Campo Novo

Agosto de 2005 - Em agosto de 2005 técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Estado estiveram no município para discutir a implantação do projeto “Dinâmica populacional de roedores silvestres e o grau de infecção por hantavírus na Microrregião do Médio Norte do Estado de Mato Grosso”, que é uma iniciativa inédita no Brasil.

Setembro de 2005 - De 18 a 25 de setembro a então coordenadora de Saúde Coletiva e Saneamento Básico da secretaria municipal de Saúde, Ângela Kholl, integrou a Equipe Nacional de Hantavirose em um projeto piloto de captura e análise do rato silvestre no município de Santa Tereza, interior do Espírito Santo.

Dezembro de 2005 - No dia 07 de dezembro de 2005 uma equipe de pesquisadores voltou ao município, trazendo consigo um representante do Instituto de Atlanta, Estados Unidos, para iniciar a captura do rato silvestre, que é o principal transmissor da hantavirose.

Julho de 2006 - O prefeito Sérgio Stefanelo sancionou a lei municipal complementar 017/2006 que determina que uma área de 40m ao entorno de residência, armazém e estabelecimento rural ou urbano deve ser mantida gradeada ou com vegetação gramínea rasteira de porte baixo. O descumprimento da lei é considerado infração gravíssima com previsão de multa de R$ 2,5 mil à R$ 7 mil.





Fonte: Assessoria de Imprensa

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