MT: Em crise, PT lava "roupa suja” e discute Governo Silval
O encontro estadual de lideranças do PT, programado para a tarde deste sábado (16) e que contará com a presença do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, vai discutir os rumos do partido visando às eleições de 2014. E, também, pode acabar servindo para “lavar a roupa suja” entre os caciques regionais petistas.
O deputado estadual Ademir Brunetto (PT) revelou que vai aproveitar o encontro, no Hotel Fazenda Mato Grosso, para entregar um "dossiê" a Falcão, defendendo o rompimento com o Governo de Silval Barbosa (PMDB).
No documento, ele denuncia o que chama de “mazelas da atual gestão pública, nas áreas da saúde, transportes, abandono dos movimentos sociais e sucateamento de vários órgãos estaduais”, conforme informou a assessoria.
Enquanto isso, a Executiva Estadual, com o apoio do deputado estadual Alexandre César (PT), defende a continuidade do PT no arco de alianças que dá sustentação ao Governo do Estado. A cúpula estadual tenta “enquadrar” Brunetto, que vem fazendo oposição sistemática ao Governo do Estado e ao PMDB.
Antes do encontro, no período da manhã, haverá uma reunião do diretório estadual que tirará uma resolução sobre o comportamento que os parlamentares da sigla devem ter em relação ao governo estadual.
“Vamos definir o alinhamento do bloco. A intenção é que os votos dos deputados passem a ser pautados pela orientação da executiva do partido. Se isso for aprovado, vamos debater os assuntos e definir qual deve ser a posição do PT nas matérias votadas na Assembleia. Vamos fazer o possível para manter a unidade do partido”, disse o presidente estadual da sigla, Willian Sampaio.
“Com relação ao posicionamento público, os parlamentares têm a liberdade de fazer suas críticas ao governo. Porém, há uma diferença entre criticar e fazer oposição sistemática. Vamos monitorar isso”, completou.
O presidente ressaltou que, se Brunetto não se enquadrar às diretrizes partidárias e não diminuir o tom das críticas ao governo, ele pode ser punido. As sanções vão desde advertência verbal (que Brunetto já recebeu), passando por advertência escrita, afastamento das funções partidárias, e pode chegar até mesmo à expulsão. Para isso, porém, é preciso um processo que só pode ser motivado por uma denúncia de outro petista.
“Nossa primeira opção é o diálogo. Queremos convencê-lo a se alinhar com o governo, assim como ele pode tentar nos convencer de que está certo, e devemos nos afastar do Governo do Estado”, disse.
Candidatura própria
Após a tentativa frustrada de conseguir a Prefeitura de Cuiabá no ano passado, com a candidatura de Lúdio Cabral (PT), que perdeu a disputa no segundo turno para Mauro Mendes (PSB), o PT já mira nas eleições de 2014.
Além da manutenção da base que elegeu o governador Silval Barbosa, e da continuidade da aliança com o PMDB que levou Lúdio ao segundo turno, o PT tem também a pretensão de lançar um candidato ao governo em 2014.
“Ainda não está nada definido, pois existe um calendário que o PT segue para decidir as questões eleitorais. Mas estamos trabalhando a ideia de apresentar um candidato para os outros partidos da base do governo e buscar o apoio deles”, disse Sampaio.
O petista defendeu que chegou a vez de o PT indicar um candidato a governador para o grupo que hoje comanda o Estado. “Apoiamos a eleição do candidato do PMDB, que foi o Silval, e antes disso apoiamos o Blairo Maggi, do PR. Todos os partidos têm legitimidade para indicar um candidato. Então vamos indicar o nosso e tentar convencê-los a nos apoiar”, argumentou.
Sampaio disse que a pretensão do PT é conseguir a filiação do juiz federal Julier Sebastião e lançar sua candidatura. “Mas nome não é um problema para o PT. Temos muitos nomes. O Lúdio e o Ságuas Moraes, por exemplo, são boas opções para disputar o governo”, citou.
Presença nacional
A vinda de Rui Falcão a Cuiabá faz parte de um calendário relacionado aos 10 anos do PT na Presidência da República.
No período da tarde, haverá uma reunião partidária para discutir os rumos da sigla e começar a debater as eleições de 2014.
A partir das 18h, haverá um ato político mais ampliado, que contará com a presença de membros de partidos aliados, como o PMDB, PR e PSD. Os petistas esperam também o governador Silval Barbosa no ato.
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