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Terça - 22 de Agosto de 2006 às 08:38

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Vencedora do último Big Brother Brasil, a baiana Mara sabe que não seria hoje uma milionária se tivesse que ter enviado uma fita como a maioria dos integrantes do programa. Com inscrições abertas a partir do dia 1º, a sétima edição do reality show não admitirá candidatos por sorteio, como fazia desde o BBB4. "Assim é injusto, fica mais difícil. Os selecionados por fita são os mais bonitos. Mas os sorteados são os que mais precisam", defende Mara, sorteada para o BBB6 com o carioca Agustinho.

Considerado o vilão do BBB5, o médico Rogério nunca aprovou o sorteio através das inscrições telefônicas. "Aquilo é jogo. É ridículo votar em 'quem precisa'. Só ganha bonzinho, pobrezinho e coitadinho. Mil reais paga a conta de muita gente, mas um milhão muda a vida de todos", reclama Gê. "O povão se identifica com a gente pelo nosso histórico de vida", rebate Agustinho.

Agora, as inscrições serão feitas através de uma caixa postal (ainda não divulgada). Cortar o sorteio não elimina os participantes humildes, mas deixa a seleção nas mãos da direção da atração. "Foi uma decisão nossa", explica o diretor Boninho.

Primeiros beneficiados pelo sorteio, o ex-office boy Thiago e a ex-babá Cida, disputaram a final do BBB4: ela ganhou. "A gente sabe que por fita eles só escolhem pessoas que se enquadram no perfil de beleza. O próprio diretor disse que eu não seria escolhido assim. Sou muito quieto, eles querem pessoas falantes", reconhece Thiago. Ele completa: "O sorteio dava mais credibilidade. Até hoje me perguntam se precisa conhecer alguém para entrar lá."

Sorteada no BBB5, Marielza saiu logo da atração. Moradora de Duque de Caxias e agora candidata a Deputada Estadual pelo PSB, ela ficou 10 dias no reality: sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e foi substituída pela falante Aline. "A esperança do povo era o sorteio por telefone. O programa ficou restrito à classe média. O povo da Baixada não tem dinheiro para fazer fita", defende Marielza, já em tom de discurso.

Pobres são visados Primeiro a socorrer Marielza quando ela passou mal no BBB5, o médico Rogério foi o principal responsável pela eliminação do padeiro Antônio Marcos, que também entrou por sorteio. "No BBB4, Cida e Thiago entraram como coitadinhos e foram para a final. Quando os sorteados entraram no nosso, quis tirá-los. Aline, que substituiu Marielza, se queimou sozinha fazendo fofoca", lembra Gê.

Marielza não reclama da sorte. "Foi a oportunidade que Deus me deu. Se tivesse passado mal em casa não teria tido os cuidados que tive", diz ela, que teve plano de saúde custeado pela Globo por seis meses. "Não posso me queixar, mas pensei que o plano só seria cortado depois do tratamento. Acabou e ainda tinha exames para fazer", diz ela, que usou a fama do BBB para vender telemensagens e cestas de café-da-manhã.

Estudante de Administração, Thiago aproveitou a popularidade para faturar com eventos e posou nu na G Magazine. "Quando saí até deu vontade de trabalhar na TV, mas não levo jeito. O BBB não muda a vida como as pessoas pensam, mas aproveitei meus cinco minutos de fama", acredita Thiago.

Já a milionária Mara mudou de vida. "É tudo muito confuso. Não sou mal-humorada, mas tem dias que estou cansada e tenho que dar atenção às pessoas na rua. É minha obrigação: o público que me deu essa vitória".





Fonte: Terra

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