Fiagril investe para produzir biodiesel em Mato Grosso
A usina terá capacidade inicial para produzir 50 milhões de litros de biodiesel por ano, mas poderá ser dobrada conforme a demanda na região. Miguel Vaz Ribeiro, sócio-diretor da Fiagril, afirma que a construção começará em setembro e a usina deve entrar em operação em abril do próximo ano. "O local já está preparado e os equipamentos chegam no próximo mês."
De acordo com Ribeiro, a Fiagril produzirá inicialmente apenas para a Petrobras, mas estuda comercializar a produção excedente a empresas e produtores da região. "O médio-norte do Mato Grosso produz a soja mais barata do país e tem o diesel mais caro do Brasil. Essa distorção precisa ser corrigida com produção local de biodiesel", afirma.
Ele observa que 70% da produção de biodiesel será feita a partir de soja - o que criará uma demanda por 190 mil toneladas do grão por ano. O restante terá como matéria-prima o sebo bovino. "A Fiagril comercializa por ano 600 mil toneladas de soja, não haverá problema com matéria-prima", diz.
A empresa também está investindo R$ 18 milhões para ampliar a sua capacidade de armazenagem de grãos das atuais 197 mil toneladas para 340 mil toneladas. O aporte será feito em três armazéns, em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop. O projeto é financiado pelo Fundo Constitucional Centro-Oeste (FCO), via Banco do Brasil. "Hoje temos uma deficiência na capacidade de armazenamento e somos obrigados a fazer o escoamento forçado dos grãos na época da safra", afirma.
A Fiagril foi criada em 1989 e comercializa grãos produzidos no médio-norte do Mato Grosso. A empresa fornece insumos e assistência técnica aos produtores que fornecem os grãos e comercializa por ano 600 mil toneladas de soja e 300 mil toneladas de milho.
Segundo Ribeiro, metade do volume é vendido no mercado interno e o restante exportado. Os grãos são transportados pela Ferronorte desde Alto Taquari (MT) até o porto de Santos (SP). Neste ano, a empresa projeta crescimento de 10% em sua receita, chegando a R$ 550 milhões. O resultado, segundo Ribeiro, deve-se ao aumento do volume comercializado, número que ele preferiu não informar.
Comentários