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Internacional
Sábado - 19 de Agosto de 2006 às 05:28

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Unidades do Exército libanês e especialistas antiminas das Nações Unidas procuram e desativam artefatos explosivos, bombas de fragmentação, obuses e mísseis que não explodiram no sul do Líbano depois de mais de um mês de guerra entre Israel e grupo terrorista libanês Hizbollah.

"O mais urgente é neutralizar as submunições espalhadas às centenas nas zonas habitadas", disse Dayla Farran, porta-voz do Centro de Coordenação da Ação Antiminas das Nações Unidas (MACC) em Tiro.

As equipes limpam desde quarta-feira três áreas de Nabatiyeh, Tebnin e Yohmor, todas ao sul do rio Litani. Paralelamente, o Exército libanês executa as próprias operações em acordo com o MACC.

As tropas israelenses lançaram a cada dia, até o cessar-fogo, uma média de 4.000 a 5.000 munições de todo tipo, chegando até 6.000 na última semana, ou seja, um total de ao menos 153 mil, que caíram essencialmente no sul do país ou nas proximidades de Beirute.

"Pensamos que um mínimo de 10% não explodiu na queda. Acreditamos que em alguns locais pode chegar a 25% ou 30%, como em áreas do Iraque", declarou Farran.

Segundo Marc Masche, que trabalha para a ONG britânica Mine Adviserly Group (Mag) --cujos especialistas trabalham com a ONU--, uma bomba do tipo BLU 63 desprende 640 submunições em um raio de 32 quilômetros quadrados.

Porém, nada obriga as partes a declarar o número de bombas lançadas sobre o terreno, segundo o MACC.

O Líbano precisa urgentemente que as minas espalhadas no país durante a guerra sejam desativadas, em particular porque parte dos milhares de deslocados pelos combates, que começaram a voltar para casa na segunda-feira (14), vivem da agricultura e do gado e precisam dos campos limpos.

Marc Garlasco, analista militar da ONG Human Rights Watch, explica que existem vilarejos com milhares de munições que não explodiram na região de Nabatiyeh.

"No momento em que as pessoas voltarem para casa, acontecerá uma catástrofe humanitária", prevê Garlasco.

"A maioria destas submunições são difíceis de ver porque são muito pequenas e freqüentemente estão misturadas a cascalho e poeira. Espalhá-las não é difícil, mas recuperá-las é um verdadeiro pesadelo", destaca o diretor da Mag, Steve Priestley.

As convenções internacionais autorizam o uso de bombas de fragmentação nas áreas de combate, mas não nas zonas civis densamente povoadas, como os vilarejos, lembra Farran.





Fonte: Folha Online

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