Traficante ligado ao PCC passa para a PM de Minas
Júnior Negão teria sido aprovado no concurso da PM por meio de fraude. Ele teria adulterado o documento da pessoa que faria a prova, uma vez que já apresentou habilidades em falsificar documentos - constatado pelas investigações. Segundo a Polícia Civil, ele queria entrar para a polícia para administrar o tráfico de drogas, informando sobre as operações policiais a serem realizadas.
O major Luiz Marcos Rezende, responsável pela assessoria de imprensa da 3ª Região de Polícia Militar de Minas Gerais, disse ao jornal O Norte que o traficante não seria matriculado na PM. "Para ingressar na Polícia Militar, todos os aprovados antes de fazer a matrícula são investigados por uma equipe da instituição para evitar assim que pessoas de má conduta façam parte da corporação. Identificamos que o acusado não teria comportamento disciplinar, um dos pré-requisitos para ingressar na polícia militar, e apoiamos a polícia civil para a sua prisão", disse o major.
As informações dão conta ainda, que Júnior Negão, tentaria, nos próximos concursos, inserir uma irmã e uma mulher de sua confiança em um das corporações - Policia Vivil ou Militar -, através do mesmo esquema de pagar uma terceira pessoa para fazer a prova, garantindo assim a aprovação no concurso. Facção Criminosa
Também foi levantado, durante as investigações, que Júnior Negão tem ligação direta e relação comercial no Estado de São Paulo com Valdimilson José da Cunha, conhecido como Milsinho, que é acusado de ser integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e que administraria o tráfico de drogas em Montes Claros e manteria contato com os traficantes do norte de Minas de dentro da penitenciária de Presidente Bernardes (SP), onde está preso por tráfico de drogas.
Milsinho é natural de Janaúba (MG), cidade de onde estava foragido quando foi preso em um shopping de São Paulo, através de investigação conjunta da polícia civil paulista e de Montes Claros.
A rota A droga saía da Bolívia em ônibus ou até mesmo de moto, passava pelo Estados do Mato Grosso do Sul e Brasília (DF) até chegar as mãos de Júnior Negão em Montes Claros, quando era distribuída para os seus aviões (pessoas utilizadas para distribuir a mercadoria para os traficantes) espalhados em várias cidades do norte de Minas.
A estimativa da polícia civil é de que nesta rota circulava em torno de 80 quilos por mês de maconha, cocaína e crack. O lucro dos traficantes com a comercialização da droga na cidade e região, segundo estimativas da polícia, seria de mais de 200%.
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