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Nacional
Sexta - 18 de Agosto de 2006 às 22:26

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A Polícia Civil de Montes Claros (MG) desmanchou esta semana uma quadrilha que comandava o tráfico na cidade, no norte de Minas e outros Estados, através da exportação de drogas da Bolívia. O líder do tráfico, Edvar Henrique Guimarães Júnior, 24 anos, conhecido como Júnior Negão, foi preso na quarta-feira, na Academia da PM, em Belo Horizonte, quando se apresentou depois de ser aprovado em concurso público. Ele também teria ligações com um dos integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Júnior Negão teria sido aprovado no concurso da PM por meio de fraude. Ele teria adulterado o documento da pessoa que faria a prova, uma vez que já apresentou habilidades em falsificar documentos - constatado pelas investigações. Segundo a Polícia Civil, ele queria entrar para a polícia para administrar o tráfico de drogas, informando sobre as operações policiais a serem realizadas.

O major Luiz Marcos Rezende, responsável pela assessoria de imprensa da 3ª Região de Polícia Militar de Minas Gerais, disse ao jornal O Norte que o traficante não seria matriculado na PM. "Para ingressar na Polícia Militar, todos os aprovados antes de fazer a matrícula são investigados por uma equipe da instituição para evitar assim que pessoas de má conduta façam parte da corporação. Identificamos que o acusado não teria comportamento disciplinar, um dos pré-requisitos para ingressar na polícia militar, e apoiamos a polícia civil para a sua prisão", disse o major.

As informações dão conta ainda, que Júnior Negão, tentaria, nos próximos concursos, inserir uma irmã e uma mulher de sua confiança em um das corporações - Policia Vivil ou Militar -, através do mesmo esquema de pagar uma terceira pessoa para fazer a prova, garantindo assim a aprovação no concurso. Facção Criminosa

Também foi levantado, durante as investigações, que Júnior Negão tem ligação direta e relação comercial no Estado de São Paulo com Valdimilson José da Cunha, conhecido como Milsinho, que é acusado de ser integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e que administraria o tráfico de drogas em Montes Claros e manteria contato com os traficantes do norte de Minas de dentro da penitenciária de Presidente Bernardes (SP), onde está preso por tráfico de drogas.

Milsinho é natural de Janaúba (MG), cidade de onde estava foragido quando foi preso em um shopping de São Paulo, através de investigação conjunta da polícia civil paulista e de Montes Claros.

A rota A droga saía da Bolívia em ônibus ou até mesmo de moto, passava pelo Estados do Mato Grosso do Sul e Brasília (DF) até chegar as mãos de Júnior Negão em Montes Claros, quando era distribuída para os seus aviões (pessoas utilizadas para distribuir a mercadoria para os traficantes) espalhados em várias cidades do norte de Minas.

A estimativa da polícia civil é de que nesta rota circulava em torno de 80 quilos por mês de maconha, cocaína e crack. O lucro dos traficantes com a comercialização da droga na cidade e região, segundo estimativas da polícia, seria de mais de 200%.





Fonte: Terra

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