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Internacional
Sexta - 18 de Agosto de 2006 às 17:43

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A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos europeus na sexta-feira que mobilizem soldados para a primeira leva de 3.500 soldados da missão de paz que deve atuar no Líbano, para que o contingente das tropas esteja bem equilibrado entre países ocidentais e muçulmanos. Apesar da hesitação de Paris, que ofereceu apenas 200 novos soldados, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Tom Casey disse que a França ainda está estudando novas regras de ação distribuídas para contribuidores em potencial na quarta-feira.

"Depois de terem feito isso, tenho certeza que vão voltar com uma resposta mais completa e final em relação às suas contribuições", disse Casey. "Suspeito que ainda não ouvimos a última palavra deles".

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, também manifestou esperar que a França envie mais soldados ao Líbano.

"A França disse que vai mandar alguns soldados. Espero que eles mandem mais", disse Bush no retiro presidencial de Camp David. "Há sinais contraditórios vindo da França. Ontem eles emitiram uma nota, hoje emitiram outra."

Mark Malloch Brown, vice-secretário-geral da ONU, elogiou as promessas da Itália e da Finlândia de enviar tropas, assim como o compromisso de países muçulmanos como Indonésia, Malásia e Bangladesh.

"É uma grande contribuição", disse Brown. "Mas queremos que essa força tenha um caráter multilateral, para que receba a confiança de todos os lados."

"O apelo especial que quero fazer hoje é que a Europa se apresente com soldados para essa primeira leva", disse ele.

Boa parte da confusão foi causada pela recusa da França de enviar mais que 200 soldados ao Líbano, além dos 200 que já mantém servindo na Unifil.

A ONU espera enviar 3.500 soldados em até duas semanas para supervisionar a trégua na região e a retirada das tropas israelenses do sul do Líbano, depois de mais de um mês de combates entre Israel e guerrilheiros do Hizbollah. A ONU quer que todo o contingente esteja mobilizado até novembro. No dia 11 de agosto, o Conselho de Segurança da ONU autorizou a mobilização de até 15 mil soldados, incluindo os 2.000 que já fazem parte da força interina, conhecida como Unifil.

A Itália aprovou o envio de tropas e seu ministro da Defesa disse que o país pode liderar a missão, se necessário. As autoridades italianas disseram estar dispostas a contribuir com até 3.000 soldados. A Finlândia prometeu 250 homens, mas só em novembro. Alemanha e Dinamarca voluntariaram-se para fazer o monitoramento marítimo das fronteiras.

A Espanha e a Bélgica estão entre os europeus que estão analisando o possível envio de tropas. As regras de combate foram apresentadas na quinta-feira a um grupo de 49 países, sendo que 23 deles são colaboradores em potencial para a missão.

O Nepal, uma nação predominantemente hindu, também ofereceu soldados que hoje participam de uma missão da ONU no sul do Sudão, e que por isso poderiam chegar rapidamente ao Líbano, disse Brown.

A ministra da Defesa da França, Michele Alliot-Marie, reclamou pelo fato de as tropas ficarem sob o comando da Unifil, em vez de constituírem uma força independente. Ela também disse que os soldados não terão o direito de atirar para se defender, embora a resolução diga que a missão pode "tomar todas as atitudes necessárias" para resistir a hostilidades.

O embaixador israelense na ONU, Dan Gillerman, disse à BBC na sexta-feira que seria difícil, "se não inconcebível", que Israel aceite a participação de soldados provenientes de países com os quais não mantém relações diplomáticas. Isso excluiria a Malásia e a Indonésia da missão.

"Acho que a questão é o equilíbrio. Quanto mais incluirmos as mais importantes nacionalidades, mais poderemos pedir aos israelenses que olhem para a composição geral, em vez de componentes isolados", disse Brown.





Fonte: Reuters

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