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Internacional
Sexta - 18 de Agosto de 2006 às 16:24

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O enviado israelense para a Organização das Nações Unidas (ONU), Dan Gillerman, disse que é "difícil, se não inconcebível" aceitar países que não reconhecem o Estado de Israel como parte das forças internacionais no Líbano.

Gilleman se referia ao anúncio de que Indonésia e Malásia - que têm maioria muçulmana e não admitem oficialmente que Israel tenha o direito de existir - ofereceram soldados para a missão.

Ele disse à BBC que ficaria feliz em aceitar a ajuda de países muçulmanos com quem Israel tem relações diplomáticas, mas segundo ele, "esperar que países que sequer reconhecem Israel garantam a segurança de sua população seria um pouco inocente".

Os comentários foram rechaçados pela Malásia, que afirmou que Israel não deve dar palpite na formação da força.

"Vamos estar em território libanês (…) não em território israelense", disse o ministro do Exterior, Syed Hamir Albar.

Otimismo cauteloso A ONU espera conseguir enviar ao menos 3,5 mil homens ao sul do Líbano em até duas semanas e posteriormente aumentar seu efetivo até chegar a 15 mil soldados na região.

Mas durante uma reunião em Nova York, o vice secretário-geral da Organização, Mark Malloch-Brown, disse que o cessar-fogo atual é frágil e que qualquer atraso pode levar a mais violência entre Israel e o grupo xiita Hezbollah.

Novos países se comprometeram a enviar tropas para a força de paz da ONU no sul do Líbano, mas funcionários da organização ainda têm dúvidas se as ofertas serão suficientes para garantir a mistura ideal necessária para o primeiro deslocamento à região.

E vários países ainda querem mais informações sobre a natureza da missão.

Tropas A França - que lidera a atual força de 2 mil homens da ONU no sul do Líbano, a Unifil, e manterá a liderança após a ampliação - é um dos países que pediram esclarecimentos.

Os franceses ofereceram mais 200 engenheiros militares num primeiro momento, frustrando expectativas por um efetivo maior e deixando a ONU desapontada.

Mas a ministra da Defesa do país, Michele Alliot-Marie, defendeu a decisão.

"Você não pode enviar soldados dizendo a eles: 'Vocês estão indo para observar o que está acontecendo, mas não têm o direito de se defender ou de atirar'", afirmou ela em entrevista à Rádio RTL.

O governo da Itália aprovou nesta sexta-feira o envio de tropas para o Líbano, mas não deu detalhes sobre o número de soldados. Fontes dizem que cerca de 3 mil soldados do país devem participar da missão.

Durante uma reunião na sede da ONU em Nova York na quinta-feira, Bangladesh, Indonésia, Malásia e Nepal ofereceram soldados, enquanto Alemanha e Dinamarca prometeram ajuda com navios e forças marítimas.

Reino Unido e Estados Unidos dizem que vão colaborar com apoio logístico. Cerca de 50 países interessados em colaborar com a ampliação da Unifil participaram da reunião.

Missão da ONU no Líbano Líder: França Países que ofereceram ajuda: Bangladesh: dois batalhões (até 2 mil soldados) Malásia: um batalhão (até mil soldados) Indonésia: um batalhão e uma companhia de engenharia militar Nepal: um batalhão Dinamarca: ao menos dois navios Alemanha: patrulhas marítimas e de fronteira Itália: aprovou ampliação de tropas Atual contingente: 2 mil soldados, com tropas da China, França, Gana, Índia, Irlanda, Itália, Polônia e Ucrânia Fonte: diplomatas na ONU

Boa recepção Enquanto tropas libanesas continuavam a se dirigir para o sul do país como parte do acordo de cessar-fogo, enterros coletivos para as vítimas do conflito acontecem em várias regiões do Líbano.

Perto do necrotério de Tiro, 138 corpos estavam sendo retirados de uma vala comum para que as famílias pudessem organizar funerais individuais.

Na vila de Qana, onde 28 pessoas foram mortas durante um ataque aéreo israelense, familiares se reuniram para um enterro coletivo.

Soldados libaneses foram bem recebidos pelos residentes quando chegaram à cidade de Khiam, perto da fronteira com Israel.

"Esperamos que o Hezbollah e o Exército libanês tenham chegado a um acordo sobre esse envio de tropas", afirmou o morador da cidade Ahmed Zoghbi.

Israel diz já ter se retirado de dois terços de suas posições no sul do Líbano, incluindo as cidade de Tiro e as vilas de Qana, Hadatha e Beit Yahoun.

De acordo com a resolução de cessar-fogo da ONU, as forças internacionais devem trabalhar junto com o Exército libanês para manter a paz na região.





Fonte: BBC Brasil

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