Governo italiano aprova envio de soldados ao Líbano
Em entrevista coletiva, Romano Prodi confirmou que o Conselho de Ministros autorizou por unanimidade o envio de militares italianos ao sul do Líbano como parte de "uma missão de paz".
A autorização do Governo, para ser efetiva, deve estar contida em um decreto, que será emitido quando forem recebidas indicações sobre o assunto da ONU, onde "ainda estão sendo discutidos aspectos operacionais da missão", declarou Prodi.
O primeiro-ministro da Itália garantiu que os soldados de seu país atuarão com regras "claras e definidas" e terão como "ponto de referência" a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que estabeleceu o cessar-fogo entre o Hisbolá e Israel.
"Os artigos da ONU não deixam espaço para enganos: Será uma missão de paz", segundo o primeiro-ministro.
O número de soldados italianos e suas funções na missão serão decididas "nos próximos dias", declarou.
O envio de tropas para prestar assistência à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) também recebeu o aval do Parlamento, dado pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa e pelo Senado, onde a maior parte da oposição, dirigida por Silvio Berlusconi, apoiou o Governo.
Para o chefe do Governo, o que existe sobre a questão é uma demonstração de "maturidade e de seriedade" da Itália.
Apenas a Liga Norte, partido de extrema direita que apóia Silvio Berlusconi, se absteve em uma parte da votação, ao afirmar que a missão não é clara e custa muito.
Prodi agradeceu a Berlusconi e a outros líderes da oposição por seu apoio e expressou sua satisfação pelo fato de ter havido "uma convergência sobre um problema tão importante para a Itália".
Em um comparecimento na Comissão de Defesa, o ministro da pasta, Arturo Parisi, disse que a missão no Líbano se apresenta como "longa, comprometida, cara e arriscada", mas afirmou que a participação na força multinacional da ONU é "um dever".
Já o titular de Relações Exteriores, Massimo D''Alema, reconheceu que haverá "dificuldades", pois "a situação no Líbano é frágil e arriscada", porém declarou que a Itália "deve responder positivamente ao pedido da ONU".
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