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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 17 de Agosto de 2006 às 22:45

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Os acordos de negociações salariais realizados de janeiro a junho deste ano alcançaram os melhores resultados na correção de salários desde 1996, data em que teve início a pesquisa sobre reajuste salarial do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 96% de um total 271 negociações, houve ao menos a reposição da inflação no período de 12 meses anteriores à data-base com a taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa do Dieese indica que em 222 negociações, 82% do total acordado, foram obtidos aumentos reais de salário. A maioria das negociações resultou ganhos de até 1% acima da variação do INPC.

Segundo a pesquisa, em 69 acordos o reajuste oscilou de 1,01% até 2% maior que a taxa inflacionária; em 37, de 2,01% até 3%; em 12, de 3,01% até 4%; em 6, de 2,01% até 5%, e em duas negociações os reajustes ficaram acima de 5%.

Na comparação com o primeiro semestre do ano passado, houve uma elevação de 10 pontos percentuais na proporção de reajustes que permitiram aos trabalhadores ganhos suficientes para compensar a redução provocada pela inflação. Já as correções acima do INPC tiveram uma expansão em 15 pontos percentuais.

De janeiro a junho de 2005, em 85,1% das negociações foi possível ao menos zerar a perda inflacionária e em 67,4% dos acordos houve reposição em índices acima do INPC.

O setor do comércio foi o que ofereceu melhores ganhos, beneficiando 91% das categorias com aumento superior ao INPC. Na indústria, esse percentual foi de 84% e no setor de serviços 77%.

De acordo com o levantamento, o setor de serviços apresentou a maior proporção de negociações com taxas iguais à inflação, atingindo 18% das negociações ante 11% na indústria e 7% no comércio.

Foram poucos os casos de negociações com correções abaixo do INPC, afetando 5% nos serviços e na indústria e 2% no comércio.

Na avaliação do supervisor do escritório do Dieese em São Paulo, José Silvestre Prado, “há uma tendência de mobilização sindical na busca de ganhos reais acima da inflação ou de, no mínimo, conquistar a reposição inflacionária em todas os setores econômicos, independentemente da área geográfica e convenção coletiva do trabalho”.

Em sua exposição de motivos, o Dieese aponta que esses ganhos são conseqüência do bom desempenho da economia brasileira. “Expansão do mercado consumidor interno, estimulado pela maior oferta de crédito, pelo efeito dos programas sociais dos governos estaduais e federal e pelo impacto dos últimos aumentos reais do salário mínimo oficial”, foram alguns dos pontos destacados.

O órgão também avalia que os êxitos nos acordos são reflexos da política de redução progressiva da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,75% ao ano, e dos investimentos na área produtiva do setor privado.

No entanto, em sua análise técnica, adverte que uma parte expressiva dos trabalhadores ainda está de fora dos benefícios alcançados por estar desempregada ou na informalidade.





Fonte: RMT Online

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