França vai enviar só mais 200 soldados ao Líbano
A decisão pode retardar ou mesmo inviabilizar a missão, considerada vital para a implementação do cessar-fogo entre Israel e o Hizbollah. Mas Chirac deixou em aberto a possibilidade de enviar mais tropas posteriormente, e disse que cerca de 1.700 soldados franceses estacionados próximos do Líbano ficariam disponíveis para a ONU, mas não sob o controle da entidade.
A França teve algumas participações desastrosas em missões de paz nas últimas três décadas. Perdeu 58 pára-quedistas em um atentado em Beirute, em 1983, e mais de 80 soldados durante uma operação na Bósnia, no começo da década de 1990.
Em nota, o gabinete de Chirac disse que ele informou ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que "as regras de engajamento e os meios à disposição dessa força ainda precisam ser decididos, da mesma forma que a repartição dos contingentes tem de refletir o engajamento de toda a comunidade internacional".
A França já tem cerca de 200 soldados entre os 2.000 membros da Unifil, a força da ONU presente desde 1978 no sul do Líbano. Os franceses comandam essa força.
A nota da Presidência disse que Chirac "está preparado para manter sua presença aeronaval nos arredores do Líbano", o que inclui 1.700 soldados.
A ONU autorizou na sexta-feira o aumento da sua missão no Líbano para 15.000 soldados, para patrulhar a paz entre Israel e o Hizbollah. A entidade pretende mandar 3.500 soldados para o sul do Líbano dentro de duas semanas.
Muitos diplomatas previam que a França enviaria pelo menos 2.000 homens a mais. A Itália ofereceu entre 2.000 e 3.000, mas aguarda a definição das regras da nova força.
Chirac disse que a França pretende continuar à frente da Unifil ampliada e que depois da "emergência imediata" a ONU vai decidir a composição precisa da força.
A reticência francesa surpreendeu muitos funcionários da ONU, uma vez que Paris teve papel essencial na redação da resolução do Conselho de Segurança sobre a guerra no Líbano.
Mas os militares franceses estão claramente descontentes com a pressa na missão. Durante as negociações diplomáticas, a França insistiu para que a nova força estivesse sob comando da ONU, como queria o Líbano. Os Estados Unidos preferiam uma operação multinacional independente da ONU.
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