Pinochet receberá honras do exército em sua morte
"Se Pinochet morrer será homenageado", disse o general Izurieta, o terceiro militar no comando do exército chileno desde que Pinochet se retirou em março de 1998, depois de 25 anos à frente da instituição em que se proclamou capitão-general.
Izurieta, no entanto, disse que o exército pode negar as honras caso o ex-ditador seja sentenciado em qualquer um dos mais de 300 processos que enfrenta nos tribunais de Justiça, por violação aos direitos humanos, tráfico de armas e enriquecimento ilícito durante seu regime (1973-1990).
"Se tivesse uma condenação seria diferente, mas enquanto há um processo a lei presume inocência", disse o general em entrevista à TV Chilevisión. Uma fonte do exército que pediu anonimato disse à AFP que existe um plano de contingência para enfrentar a morte de Pinochet e que as honras militares que receberá serão as mesmas oferecidas a todos os comandantes-em-chefe.
A presidente Michele Bachelet havia manifestado quatro meses antes de ser eleita em 11 de março como a primeira mulher a dirigir o Chile que não desejava render honras ao ex-ditador. "O que sinto é que agride consciência dos chilenos render honras a uma pessoa que esteve envolvida não apenas em temas de direitos humanos, mas inclusive em questões de uso de dinheiro público", disse Bachelet.
A mandatária socialista é filha do general de aviação Alberto Bachelet, que morreu na prisão no início de 1974 depois de ser acusado de "traição à pátria" por se opor ao golpe militar que levou Pinochet ao poder em 11 de setembro de 1973.
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