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Cidades/Geral
Sexta - 15 de Fevereiro de 2013 às 09:54
Por: Cairo Lustoza

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Lázaro Slede/ Ag PP

Depois de quase quatro meses do início da cobrança de pedágio na rodovia estadual MT 130, que percorre os municípios de Rondonópolis, Poxoréu e Primavera do Leste, as condições da estrada ainda gera revolta e reclamação dos usuários.

A Morro da Mesa Concessionária de Rodovias S.A. é a responsável pelos 122 quilômetros, e de acordo com denúncias de usuários, não está usando o dinheiro levantado para beneficiar o trecho, pois, o mesmo ainda apresenta buracos, falta de sinalização horizontal e vertical. A empresa cobra entre R$ 6,50 e R$ 58,50 de pedágio.

Segundo caminhoneiro José Augusto de Souza, que percorre o trecho entre Rondonópolis a Primavera do Leste pelo menos cinco vezes por semana transportando cavaco de madeira para agroindústrias da região, a rodovia apresenta vários problema. “Para começar a MT 130 não tem acostamento e nem sinalização para cobrarem este valor de pedágio. Se quebrar o caminhão não tem onde encostar tem que ficar parado ali no meio da pista. Agora buraco é o que mais tem. Está cheio de buraco ali naquele trecho. A cada viagem de ida e volta pago R$ 156 e isso representa cerca 12% de prejuízo sobre o frete”, desabafou o motorista com 25 anos de profissão.

Outra denúncia que o caminhoneiro faz é a falta do serviço S.O.S. Motorista. “Dias atrás precisei do serviço, mas o número ‘0800’ deles a ninguém atendeu. Passei lá na praça de pedágio para perguntar e nem os funcionários souberem informar para que serve aquele telefone, se nem a eles atendem. É um descaso. É absurdo, eles cobram os dois sentidos. Se por exemplo, se eu vou para Primavera do Leste, pago na primeira praça e na segunda também e a volta é mesma coisa, ou seja, quatro pedágios”, explicou revoltado José Augusto.

Na tarde desta quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondonópolis e Região, Valdivino Aquino, juntamente com uma comissão de sitiantes foram até a sede do Procon em Rondonópolis para reclamar dos preços abusivos e serviços não realizados pela concessionária.

“Muitas famílias tem sido prejudicadas. Nós já tivemos uma audiência pública com deputados e foi até feito um projeto de emenda parlamentar para uma isenção do pedaço e o governador do Estado vetou, então estamos procurando outros meios. A situação está difícil. Nós propomos uma isenção total. Os sitiantes estão tão desesperados que uma diminuição já ajudaria. A estrada esta cheia de buraco. Não é uma rodovia segura, tem trechos que não existem acostamentos. Eles (Morro da Mesa) reformaram algumas partes, pavimentaram os intervalos e em seguida colocaram a cobrança de pedágio, mas a estrada já está ruim de volta, cheio de buracos, ocasionando vários acidentes”, explicou o sindicalista.

Ainda segundo Valdivino, os sitiantes que moram a menos de dois quilômetros da praça de pedágio tem que pagar. “Viemos pedir ao órgão para que ele possa intimar a empresa que faz administração da rodovia para uma negociação, porque do jeito que está não está dando para levar não. Os sitiantes estão muito revoltados com a situação”.

Na região são cerca 300 famílias, que dependem da agricultura familiar para sobreviver. Segundo eles a cobrança de pedágio está interferindo bruscamente na renda dos produtores. “Você tem sua renda que já é pequena e esta questão desfalca na renda deles. Alguns inclusive estão sendo impossibilitados de ir e vir mesmo. Por não ter dinheiro para pagar a taxa. O valor pago é R$ 6,50 por veículo”, finalizou o presidente.

De acordo com o coordenador do Procon, Juca Lemos, as reclamações estão sendo recolhidas e posteriormente a Morro da Mesa Concessionária de Rodovias S.A., será notificada. "Dentro de 20 dias a concessionária será comunicada e assim poderá apresentar o contrato e suas observações. Após isso, iremos marcar audiências de reconciliação com todos os reclamantes e ver que procedimento é possível tomar em defesa desses consumidores", explica.

Além da reivindicação da tarifa, Juca conta que muitos reclamaram também da falta da sinalização, ambulâncias com profissionais adequados, sinal de telefonia e buracos na pista.






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