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Internacional
Quinta - 17 de Agosto de 2006 às 06:29
Por: Ross Colvin

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Soldados norte-americanos estão patrulhando a pé alguns bairros de Bagdá, numa nova tentativa de ganhar a confiança dos iraquianos, acostumados a vê-los passar em comboios de veículos blindados.

A decisão de tentar um contato mais pessoal com os iraquianos faz parte de uma estratégia para conter a ação de insurgentes nos bairros mais perigosos e diminuir os conflitos sectários.

Milhares de soldados adicionais dos Estados Unidos chegaram a Bagdá nas últimas semanas para uma ofensiva conjunta com as forças iraquianas, a fim de impedir a violência entre a minoria sunita e a maioria xiita da cidade.

Cientes da campanha dos rebeldes sunitas para expulsá-los do Iraque, os comandantes dos EUA explicam aos moradores que seu objetivo é restaurar a segurança e apoiar a polícia iraquiana.

"Quero terminar este trabalho para poder voltar para casa e viver com minha família e para que você possa viver com a sua", disse, por meio de um intérprete, o tenente-coronel Jeffrey Peterson, comandante do Primeiro Esquadrão da 14a Cavalaria dos EUA, a um homem no bairro de Al-Hadar.

Peterson, cuja unidade costuma percorrer as ruas dentro de veículos Stryker, desceu do blindado para conversar com os moradores, enquanto seus homens e a polícia realizavam uma varredura em busca de armas ilegais.

"Certamente, há um novo ênfase para que haja interação entre as tropas e as pessoas", disse ele.

Desde a chegada da unidade a Bagdá, há duas semanas, dois Strykers foram atingidos por bombas colocadas à beira da estrada, que não provocaram grandes estragos. Os soldados disseram que vários outros blindados foram alvo de tiros. A base da unidade já foi atingida por foguetes e morteiros.

As patrulhas a pé correm mais riscos. Mesmo assim, o passeio de Peterson parece ter valido a pena. Os moradores com quem ele conversou pareciam felizes de ver os soldados norte-americanos de volta às ruas após meses de violência sectária que matou milhares de pessoas e obrigou outros milhares a deixarem suas casas.

"Nós nos sentimos seguros quando vemos americanos", um homem disse a ele, antes de pressionar Peterson para melhorar o fornecimento de energia e consertar tubulações de esgoto rompidas, uma lista de reclamações repetida com frequência para Peterson e que ele prometeu levar à prefeitura distrital.

Em várias de suas conversas, ele destacou o papel da polícia iraquiana para ajudar a restaurar a segurança na área, numa tentativa de aumentar a confiança das pessoas numa força vista por muitos sunitas como uma extensão das milícias xiitas que responsabilizam pela violência.

"Espero que esta missão com a polícia nacional impeça que as pessoas sejam mortas no futuro", disse ele a um homem, que lhe havia contado que seu pai havia morrido baleado por militantes que passaram dentro de um carro.

A polícia é vista, porém, como mau treinada, politizada e menos competente que o Exército iraquiano, algo que os militares norte-americanos esperam reverter.

Muitos policiais que tomavam parte da ofensiva em Al-Hadar eram jovens, tinham um ar de incerteza, e vestiam uma variedade de uniformes camuflados e capacetes.

"Ainda há trabalho para ser feito, mas todos os dias eles estão ficando melhor", disse Peterson. "Se eles são perfeitos? Não. Mas serão auto-suficientes no futuro? Sim".




Fonte: Reuters

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