Peixes estão mais caros no varejo em Mato Grosso
População pagará mais caro pelo pescado nesta Quaresma, inclusive quem optar pelo produto comercializado pelo projeto Peixe Santo, da prefeitura de Cuiabá. Encarecimento reflete o aumento no custo de produção, puxado principalmente pela ração, dizem piscicultores. Eles têm vendido o quilo por uma média de R$ 4,50 este mês, o que significa acréscimo de 18,42% ou 70 centavos em comparação com igual período do ano passado, considerando as espécies híbridas mais ofertadas, como tambacu e tambatinga.
Nesse mesmo intervalo, o preço da ração subiu 47%, variando de R$ 23 a embalagem de 25 quilos (R$ 0,92/kg) para R$ 34 (R$ 1,36/kg), relata a produtora e representante da Associação de Piscicultores de Mato Grosso (Aquamat), Maria da Glória Bezerra Chaves. Essa variação será levada em consideração durante a definição do preço de venda do pescado do do projeto Peixe Santo, durante a Semana Santa (25 a 29 de março), explica o técnico especializado em piscicultura da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico (SMTDE), Adílio Alves da Costa.
Apesar da proposta de garantir o pescado mais barato que os supermercados e feiras, ele diz que certamente o preço será superior ao praticado no ano passado. “Com base em conversas preliminares com piscicultores, acredito que possa ficar numa média de R$ 7 (kg), porque no ano passado foi vendido a R$ 6,50”. Quanto aos pontos de venda, adianta que devem ser reduzidos e instalados em lugares estratégicos, como as praças.
Oferta, porém, pode ser maior, considerando a disponibilidade do alimento e obedecendo a tendência dos últimos anos. Em 2012, por exemplo, a quantidade de carne de peixe comercializada pela prefeitura totalizou 421 toneladas, representando alta de 16,62% em relação ao penúltimo ano, quando chegou a 361 (t). Volume adquirido pela população cuiabana em 2011 foi ainda maior em comparação com 2010 (285/t) e representou incremento de 26,66% no consumo, segundo dados da secretaria. Espécies ofertadas foram o pacu, tambacu, tambatinga e pintado da Amazônia.
Para garantir a disponibilidade do produto, a prefeitura de Cuiabá iniciou em 2001 outro projeto (Nosso Peixe), por meio do qual foi viabilizada a instalação de 800 criatórios de peixe, acrescenta o técnico da SMTDE.
Nos últimos anos a demanda pela carne de peixe aumentou muito, relata a piscicultora Maria da Glória. “As pessoas não têm medo mais de comprar o peixe da piscicultura”. Quando ingressou na atividade, em 1996, ela produzia uma tonelada de pescado por ano numa área de 1,6 mil metros quadrados. Atualmente consegue obter 30 toneladas/ ano em 4,3 hectares de lâmina d’água. Diretor técnico da Aquamat, Francisco Chagas, diz que a produção mato-grossense anual está estimada em 45 mil toneladas, o que representa um crescimento de 181% em 9 anos.
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