Japão pede à Rússia a imediata liberação de seus três pescadores

O Governo do Japão emitiu hoje um protesto contra a Rússia depois de uma patrulha russa atirar num barco de pesca japonês e matar um de seus quatro tripulantes, quando trabalhava perto das ilhas Curilas, território que os dois países disputam.

Um representante do Ministério de Relações Exteriores transmitiu à embaixada russa em Tóquio o seu protesto e pediu a imediata liberação do navio e de seus ocupantes, segundo informou a agência "Kyodo".

O ministro conselheiro da embaixada russa, Mikhail Galuzin, disse à imprensa que a guarda costeira capturou o barco quando ele estava nas águas territoriais da Rússia.

O marinheiro japonês morto foi identificado como Mitsuhiro Morita, de 35 anos, e a guarda costeira russa atribuiu a sua morte a um tiro na cabeça, disse Galuzin à imprensa.

Segundo as autoridades japonesas, é a primeira vez desde outubro de 1956 que um pescador japonês morre no limite das águas territoriais entre Rússia e Japão.

A embarcação Kisshin-Maru 31 estava perto da ilha de Kaigara, no extremo norte do Japão, quando aconteceu o incidente, confirmou à Efe um porta-voz da Defesa japonesa. v O barco e seus ocupantes foram levados à ilha de Kunashiri para interrogatório, acrescentou a Agência de Defesa. O Governo japonês estabeleceu uma equipe de investigação sobre o caso.

Além de Kunashiri, as Curilas são formadas por Etorofu, Shikotan e as ilhotas Habomai. A disputa pelo território impede um tratado de paz entre Japão e Rússia.

O Japão pede a devolução das ilhas, mas a Rússia só aceita discutir uma eventual entrega de duas delas.