Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 15 de Agosto de 2006 às 15:05

    Imprimir


As novas destilarias deverão ser construídas, prioritariamente, na nova fronteira canavieira do Centro-Oeste, em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com fácil acesso aos alcooldutos projetados pela Petrobras. O primeiro, previsto para 2008, ligará Goiânia (GO) a Paulínia (SP) e ao porto de São Sebastião (SP). O segundo alcoolduto, ainda em fase de estudo de viabilidade, deve ter início em algum ponto no rio Tietê, aproveitando a hidrovia Tietê-Paraná, e seguir também até Paulínia.

O gerente de Álcool e Oxigenados da Petrobras, Silas Oliva Filho, que coordena o projeto, foi procurado desde ontem pela reportagem da Agência Estado, mas estaria viajando e não retornou as ligações.

Uma missão com seis empresários da Guangdong Zhongneng, uma das maiores processadoras da China, visita esta semana o Estado de São Paulo para conhecer a produção de açúcar e álcool, além da tecnologia de melhoramento da cana-de-açúcar. Os executivos estão nesta terça-feira em unidades na região de Ribeirão Preto e, entre quarta e quinta-feira, seguem para o Oeste Paulista, novo pólo de expansão da cana do País.

Na nova fronteira canavieira, a missão visita na quarta as usinas Equipav, em Promissão; Unialco, em Guararapes; e Alcoeste, em Fernandópolis. A programação inclui a ida à Estação Experimental da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), em Valparaíso, onde é desenvolvido parte do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA). O grupo deve atender a imprensa amanhã, em Araçatuba, sede da Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), entidade que representa o setor na região.

Se a política do governo japones de incentivo ao uso do álcool combustível tornar obrigatória a adição de 10% do etanol à gasolina, seria criada uma demanda de 6 bilhões de litros. A Petrobras teria condições de suprir apenas 30% desse volume, ou 1,8 bilhão de litros, se efetivar o acordo assinado com a trading Mitsui. Na segunda-feira, o correspondente João Caminoto informou, citando o jornal Nihon Keizai Shimbun, que o governo japonês deve apressar a mistura de 10% do etanol à gasolina, hoje em 3% de forma não-mandatória.

Pelo acordo firmado entre a Petrobras e a Mistsui, a estatal brasileira e a trading japonesa negociam com usineiros uma parceria tripartite para a construção de destilarias de etanol no Brasil. A Mitsui financia os projetos, os usineiros entram com terra e cana e a Petrobras com a logística. Não está prevista a participação da Petrobras como sócia nos projetos, já que a empresa foi escolhida pelos japoneses como uma espécie de "avalista", para garantir a produção e a logística de exportação.

Várias reuniões com produtores já foram feitas e ao menos cinco projetos de construção de novas unidades já estariam acertados. Até novembro, todos os projetos serão encaminhados para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que será a mediadora societária para determinar a participação dos usineiros e da Mitsui nas novas unidades.

Os contratos de fornecimento seriam por 20 anos e os orientais também se beneficiariam de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) para conseguirem créditos de carbono gerados pelas unidades produtoras.





Fonte: Agência Estado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/282518/visualizar/