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Nacional
Quinta - 14 de Fevereiro de 2013 às 18:35

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O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) anunciou nesta quinta-feira que seu principal equipamento passará por uma grande manutenção técnica e ficará dois anos sem funcionar.

O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) é um acelerador de partículas que funciona num túnel subterrâneo de 27 km na fronteira da França com a Suíça. As experiências feitas no local servem para testar teorias da física de partículas.

Estrutura do LHC, entre a França e a Suíça (Foto: Cern/Divulgação)
Estrutura do LHC, entre a França e a Suíça (Foto: Cern/Divulgação)

Em julho do ano passado, foi confirmada a existência de uma partícula que nunca havia sido detectado, e cujas características indicam que ela possa ser o bóson de Higgs, apelidado de "partícula de Deus". A descoberta teve grande impacto na física, pois sua existência era a melhor explicação disponível para explicar o surgimento da massa.

Os trabalhos de manutenção no LHC consistirão, entre outros complexos procedimentos, em voltar a efetuar as interconexões entre os ímãs do acelerador para que, quando for ligado novamente em 2015, ele possa funcionar a uma energia de colisão de 14 TeV (teraelétrons-volt ou trilhões de elétrons-volt).

Neste nível de energia -- muito acima dos 8 TeV que alcançava ultimamente -- o experimento será capaz de confirmar com total certeza científica que essa nova partícula corresponde à de Higgs.

Além disso, essa complexa manutenção abriria porta para novas descobertas em relação às partículas elementares e à chamada "matéria escura", que supostamente constitui cerca de 84% do universo, de acordo com a teoria vigente.

A passagem prévia à desativação do LHC foi realizada nesta quinta, quando uma equipe do Centro de Controle do Cern extraiu os últimos feixes de prótons do anel do acelerador.

O acelerador foi criado em 2008 para colidir feixes de prótons ou íons pesados lançados em direções opostas, com choques que foram capazes de gerar intensidades de energia sem precedentes e que -- após uma avaria inicial, que obrigou os cientistas a interromper seu funcionamento em dez meses entre 2008 e 2009 --, superou as expectativas dos cientistas.

"Temos todas as razões para estar muito satisfeitos com os primeiros três anos de exploração do LHC", comentou o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer, ao comunicar sua paralisação.

"A máquina, os experimentos, as instalações informáticas e todas as infraestruturas funcionaram extremamente bem e agora temos um descobrimento cientifico maior em nosso ativo", acrescentou.

O acelerador deverá ser posto novamente em funcionamento em 2015, indicou o organismo cientifico, sem especificar o mês exato.





Fonte: Da EFE

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