Aeroporto fecha por excesso de lixo perto da pista
O fechamento do aeroporto foi ordenado no dia 6 de julho pela Justiça Federal, que suspendeu por tempo indeterminado todos os vôos comerciais para Tefé. A decisão é fruto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF), a partir de uma denúncia da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Como o lixão fica a apenas dois quilômetros do aeroporto, a presença de urubus no local colocava em risco a vida dos passageiros. A distância mínima exigida pela instrução número 4 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) é de 20 quilômetros.
Segundo nota do governo estadual, a campanha inclui o lançamento de concursos públicos para "incentivar a população a encontrar uma solução para o lançamento de resíduos". Entre as atividades previstas, estão a premiação da rua mais limpa e do cartaz escolar com o tema "Tefé limpa: aeroporto seguro e qualidade de vida".
Com 69,5 mil habitantes, Tefé produz diariamente cerca de duas toneladas de resíduos sólidos. Em maio de 2005 a coleta municipal de lixo ficou interrompida durante 10 dias também por uma decisão da Justiça Federal, fruto do mesmo processo.
"O problema não vem de agora, então as parcerias podem ajudar a resolvê-lo", disse o secretário municipal de Comunicação de Tefé, Josué Meirelles. "Mas ainda aguardamos uma confirmação de apoio financeiro para a construção do aterro sanitário". De acordo com a prefeitura, as obras custariam R$ 600 mil.
Segundo dados do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão vinculado à SDS, apenas dois dos 62 municípios do Amazonas (Coari e Itacoatiara) têm aterros sanitários licenciados. Os demais não atendem completamente às regras de segurança ambiental.
Em linha reta, a distância entre Tefé e Manaus é de cerca de 525 quilômetros. A cidade recebia vôos diários da capital amazonense com destino a Tabatinga, na fronteira com a Colômbia. Como os dois municípios não têm ligação por estrada, a viagem entre eles pode ser feita agora apenas por rio, em um percurso de quase três dias tempo muitas vezes longo demais para emergências médicas.
A Rico Linhas Aéreas é a principal companhia que oferecia vôos para o município as outras duas são a Total Linhas Aéras e a Trip Linhas Aéreas. Segundo a assessoria de imprensa da Rico, o presidente da companhia, Mertin Yurtsever, estimou o prejuízo em pelo menos R$ 300 mil reais, referente apenas com à venda direta de passagens.
A assessoria informou ainda que a empresa tinha quatro vôos semanais de Manaus para Tefé, às segundas-feiras, terças-feiras, quintas-feiras e sábado todos executados por aviões do tipo Boeing 737. Agora, segundo a companhia, a linha para Coari (que opera três vezes por semana, com avião tipo Bandeirantes, que comporta18 passageiros) está sobrecarregada.
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