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Agronegócios
Terça - 15 de Agosto de 2006 às 13:50

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A indicação de que os importadores europeus não irão mais comprar soja cultivada em áreas recém-desmatadas do Bioma Amazônico estimulou parte dos produtores de Mato Grosso, representados pela Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), a buscar certificação de sustentabilidade para o produto.

Essa decisão contraria manifestação feita no início deste mês pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato), em nome dos produtores mato-grossenses, de repúdio à decisão dos exportadores de não adquirir o produto, atendendo ao apelo dos compradores europeus.

A garantia de que a soja não foi produzida por áreas recém-desmatadas será feita pela certificadora Independent Quality Standards (IQS), que assinou na semana passada convênio com a Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja) para certificação nos moldes do selo Grünpass, em que o grão é produzido conforme a legislação ambiental, trabalhista e de segurança alimentar.

Cerca de 50 produtores do Mato Grosso firmaram contrato com a IQS, para se adequar às exigências da certificação, afirma a gerente geral da empresa, Rita Fróes. Segundo a executiva, a IQS e a Aprosoja já havia se decidido pelo convênio antes da polêmica criada pelo anúncio, em 24 de julho, da chamada moratória ambiental pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

"A polêmica funcionou como um gatilho que acelerou a procura pela certificação por produtores e tradings", diz a gerente da IQS. Segundo ela, um número menor de produtores teria aderido à certificação se não houvesse a exigência dos exportadores e do mercado europeu.

A moratória, suspensão por dois anos da compra de soja cultivada em novas áreas desflorestadas do Bioma Amazônico pelos exportadores que atuam no Brasil, foi uma resposta à demanda dos importadores europeus. No início de agosto, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato) divulgou nota de repúdio à moratória ambiental em nome dos produtores. Um dos requisitos para que produtores do Mato Grosso tenham a certificação da IQS é que a soja não tenha sido plantada em novas áreas do Bioma Amazônico.

As primeiras certificações sairão no início de 2007. Os produtores do Mato Grosso que também plantam milho também podem certificar. Na safra 2005/06, dois produtores do estado contrataram a certificadora IQS e, este ano, cerca de 6 mil toneladas de soja e farelo foram embarcadas para Suíça e Holanda com o selo Grünpass.

Segundo a gerente da IQS, a tendência é que as tradings também busquem a certificação. Isso porque a soja certificada precisa ser segregada para a exportação. O primeiro contrato com uma exportadora foi fechado recentemente, com o Grupo Agrenco. "Cerca de 500 mil toneladas devem ser exportadas em 2007 por este contrato. Estamos negociando com outras exportadoras", diz.

O Grünpass foi desenvolvido em parceria pela IQS e a certificadora alemã TÜV Rheinland. Segundo a executiva, o cliente pode acessar pela internet todas as etapas desde a produção até a entrega do grão.





Fonte: Mídia News

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