Há mais obesos do que desnutridos no mundo, diz cientista
Para combater o problema, ele sugere a criação de um imposto sobre calorias, ou seja, usar preços da comida como instrumento de controle de dietas, para estimular hábitos alimentares mais saudáveis.
"Por exemplo, poderíamos cobrar dinheiro por cada caloria ou refrigerantes ou refresco de frutas que fosse consumido, as pessoas teriam que consumir menos.
"Ou subsidiarmos a produção de frutas, legumes e verduras, para as pessoas consumirem mais delas e terem uma dieta mais saudável."
'Regra global' O estudioso acusou todos os países, tanto ricos como pobres, de falhar no combate à obesidade e culpou as mudanças nos hábitos alimentares e a falta de exercícios físicos pelo problema.
"A obesidade é a regra global, e a subnutrição, embora ainda seja importante em alguns países e em grupos localizados em muitos outros, não é mais uma doença dominante", afirmou o cientista americano.
Para ele, o "fardo da obesidade", com suas doenças associadas, também está sendo passado dos ricos para os pobres, não só em áreas urbanas, como em áreas rurais.
A China seria um exemplo típico do problema, onde houve uma grande mudança nos hábitos alimentares da população, que deixou de lado uma dieta baseada em cereais para uma de produtos animais e óleos vegetais.
Paralelamente, houve uma queda na atividade física dos chineses e aumentos no uso de transporte motorizado e no número de horas passado diante da televisão, segundo Popkin.
O professor americano diz ainda que os governos precisam trabalhar em estratégias melhores para combater o problema.
Japão A idéia de subsidiar dietas mais saudáveis já conta com o apoio do professor da Universidade de Minnesota Benjamim Senauer, autor de um estudo que compara os estilos de vida dos Estados Unidos, que têm uma alta taxa de obesidade, com os do Japão – onde o problema é pequeno.
"A família média japonesa gasta quase um quarto da sua renda em comida, comparado a apenas 14% nos Estados Unidos", disse Senauer.
Para ele, já que um imposto sobre a comida para reduzir a obesidade nos Estados Unidos dificilmente seria aceito, poderia haver uma redução nos subsídios à agricultura que levam aos baixos preços dos alimentos no país.
No entanto, outros fatores, como o exercício físico, também desempenham um papel importante.
"As cidades japonesas são baseadas em um transporte público eficiente e caminhadas. O americano médio vai para o trabalho e ao supermercado de carro, e caminha o mínimo possível", disse Senauer.
O estudioso afirma que já é evidente que esses problemas já estão acontecendo também nos países em desenvolvimento, que "também têm graves problemas".
Para os especialistas, caso a obesidade não seja combatida logo, os casos de problemas que ela acarreta, como diabetes e doenças cardiovasculares, vão aumentar rapidamente.
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