Justiça prorroga regime diferenciado para Marcola

O preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, ficará mais 30 dias no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. A prorrogação foi uma decisão da juíza Isaura Cristina Barreira, do Decrim (Departamento de Execuções Criminais), que também aplicou a mesma punição para o Marcelo Moreira Prado, o Exu; Luiz Henrique Fernandes, o LH; e Eduardo Lapa dos Santos, o Lapa, também apontados como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

No regime diferenciado, o preso fica em cela individual durante 22 horas do dia e só tem duas horas para o banho de sol. O detento não tem direito à visita íntima e acesso a TV, rádio, jornal e revistas. No RDD, os agentes são proibidos de falar com os presos.

Tanto Marcola quanto os outros criminosos já estão em Presidente Bernardes desde 13 de maio, quando a Justiça pediu a internação cautelar deles por 90 dias. A decisão foi motivada por indícios de participação dos bandidos nos ataques criminosos de maio.

O Ministério Público busca provas, como, por exemplo, escutas telefônicas para se manifestar a favor da inclusão definitiva dos quatro acusados no regime. Nesse caso, pela lei, todos deverão ficar no RDD por 360 dias. O preso Robson Lima Ferreira, o Marcolinha, apontado como braço-direito de Marcola, teve a internação por 360 determinada pela uíza Ariane de Fátima Alves Dias ontem.

O RDD é uma das principais reclamações dos presos e de integrantes das facções criminosas que estão em liberdade. No DVD entregue à Rede Globo e cuja exibição era uma condição para a libertação do repórter Guilherme Portanova, o PCC critica o regime e diz que se trata de uma ação inconstitucional.

"O sistema penal é um depósito humano, onde lá se jogam os serem humanos como se fossem animais. O RDD é inconstitucional", diz o homem encapuzado que aparece na gravação.