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Nacional
Terça - 15 de Agosto de 2006 às 01:49

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O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República foi marcado por muitas críticas à ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela exploração da crise de segurança em São Paulo. Os adversários do presidente, no entanto, não enfatizaram os escândalos de corrupção na gestão petista.

O candidato do PSDB Geraldo Alckmin e a senadora do PSOL Heloísa Helena citaram apenas uma vez cada o escândalo do mensalão —em que o governo foi acusado de compra de votos de parlamentares. Já a máfia das sanguessugas, em que parlamentares teriam desviado recursos da saúde, foi mencionada apenas uma vez por Alckmin.

Quase todos os candidatos viram na ausência de Lula um "desrespeito" ao eleitorado e aproveitaram para ironizar o fato de o presidente não ter comparecido no debate promovido pela TV Bandeirantes. Apesar de sua ausência, Lula foi citado pelos candidatos em pelo menos 16 ocasiões nas duas horas de programa.

"Ora, o presidente nunca viu nada, nunca soube de nada e, provavelmente, também não sabia que hoje ia ser o debate", afirmou o candidato do PSDC, José Maria Eymael, arrancando risos da platéia. Ele se referia à alegação de Lula de desconhecimento do envolvimento de auxiliares diretos em escândalos.

Cristovam Buarque, candidato pelo PDT, também criticou a ausência do presidente. "O governo Lula trouxe muitas decepções, mas eu diria que das maiores é a ausência dele naquela cadeira", disse Cristovam apontado para o lugar vazio no cenário.

"Acho que ele não tinha o direito de fugir desse diálogo com o povo, porque o debate não é conosco, o debate é com você, eleitor", completou.

Principais adversários de Lula na corrida eleitoral, o Alckmin e Heloísa Helena chegaram a se referir ao presidente como "o candidato que fugiu do debate".

Sobre segurança pública, a senadora alagoana responsabilizou tanto o PT como o PSDB pela crise em São Paulo.

"Infelizmente existe uma irresponsabilidade, uma inconsequência demagógica e eleitoreira entre o PT e o PSDB, que está se tornando inaceitável", disse a candidata, que também culpou os dois partidos pela crise no sistema prisional paulista.

Já o ex-governador, colocou a culpa no presidente Lula e no Congresso que, segundo ele, "amoleceram para o crime organizado". Esse momento foi o único embate entre os candidatos do PSDB e do PSOL, apesar de as últimas pesquisas mostrarem que parte dos votos de Alckmin tem migrado para Heloísa Helena.

No front das propostas, Heloísa Helena prometeu iniciar uma auditoria nas gestões de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, segundo ela, "patrocinam há 12 anos uma política de irresponsabilidade".

A candidata do PSOL atacou o governo Fernando Henrique por diversas vezes e em diversos temas. Alckmin, colega de partido do ex-presidente, no entanto, não o defendeu enfaticamente.

Uma das questões em que a senadora atacou os governos de PT e PSDB foi na reforma agrária. Ela prometeu que em seu governo não haverá ocupação de terra, pois assentará 1 milhão de famílias.

"No meu governo não vai haver invasão de corruptos no serviço público", disse. "Não vai haver invasão de banqueiros aos cofres públicos."

Sobre o tema, Alckmin, único a defender a reforma política como prioridade no debate, foi enfático em sua oposição às invasões. "No meu governo invadiu, vai ter que desinvadir."




Fonte: Reuters

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