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Segunda - 14 de Agosto de 2006 às 14:33

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A ex-garota de programa Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, pulou do ostracismo ao estrelato em pouco tempo. Ela, que começou contando experiências dos seus programas no blog pessoal, ganhou notoriedade após o lançamento do seu primeiro livro, O Doce Veneno do Escorpião, best-seller que já está na 13ª edição.

Bruna, 21 anos, que largou de fazer programas em outubro do ano passado (segundo ela própria), mora junto com seu namorado há um ano e três meses. A ex-garota de programa faz planos para viver em casal.

"Quero ter dois filhos o quanto antes. Não quero ter muita diferença de idade para eles, para que eles não passem pelo mesmo problema que passei com meus pais", disse Surfistinha, que é 49 anos mais nova que seu pai e 37 anos mais nova que sua mãe.

"Isso fez com que se estabelecesse um distanciamento entre nós, já que somos de gerações bem diferentes", explicou.

A ex-garota de programa contou que irá prestar vestibular ara psicologia no final do ano. "Não sei se quero ser sexóloga ou psicóloga clínica. Até brinco com meus amigos que quem deitou na minha cama um dia vai deitar no meu divã".

Mesmo sendo popular, Bruna confessou que ainda sofre com o preconceito. "Uma vez eu e meu namorado fomos a um restaurante. Assim que sentamos, o casal que estava na nossa frente levantou e saiu na mesma hora", relatou.

Bruna Surfistinha disse ainda que não se iludiu com a fama. "Mesmo quando eu comecei a dar entrevistas não me iludi que iria ser famosa para o resto da vida. Por isso juntei dinheiro, não gastei muito. Me preocupei com esse aspecto".

Confira a íntegra da entrevista com Bruna Surfistinha 1) Como está sendo a sua vida depois do lançamento do livro? Da mesma forma que a sociedade ficou surpresa, eu também me surpreendi com meus 15 minutos de fama, pois não esperava que meu livro fosse ficar entre os mais vendidos do Brasil. Mesmo quando eu comecei a dar entrevistas não me iludi que iria ser famosa para o resto da vida. Por isso juntei dinheiro, não gastei muito. Me preocupei muito com esse aspecto.

2)Você ainda enfrenta preconceito? O preconceito ainda continua sim. Apesar de ter melhorado muito, ainda tem que mudar. Levo a vida da mesma maneira, pois para mim nada mudou nesse ponto. Às vezes em alguns lugares que entro as pessoas olham feio. Teve uma oportunidade que eu e meu namorado fomos a um restaurante. Assim que sentamos, o casal que estava na nossa frente levantou e saiu na mesma hora.

3) Há quanto tempo você namora? Voltou a estudar? Estamos juntos há um ano e três meses. Moramos aqui em São Paulo. Estou terminando o segundo grau para prestar vestibular para psicologia. Pretendo seguir na área e ter um consultório, só não sei se quero ser psicóloga clínica ou sexóloga. Até brinco com amigos que quem deitou na minha cama um dia vai deitar no meu divã (risos).

4) Em comparação com outras ex-garotas de programa, você se considera uma privilegiada? Sim, porque existe muita gente neste ramo. Às vezes eu me pergunto: porque eu, no meio de tantas mulheres bonitas e atraentes, fui escolhida para passar por tudo isso?

5) Qual é a maior dificuldade de uma garota que sai do programa? Para mim, a maior dificuldade é o medo de não conseguir parar realmente, porque tem muitas meninas que param e depois voltam a se prostituir quando o dinheiro acaba. Eu também tive medo disso, mas ainda bem que deu tudo certo. Tinha medo de sentir falta de sexo também, já que transava em média de cinco a seis vezes por dia. Tinha medo do corpo sentir falta, o que felizmente não aconteceu.

6) Como é para arranjar um emprego? Isso é levado em consideração? Uma amiga minha parou de fazer programa, mas não conseguiu arranjar emprego. O problema é que está escrito na testa dela que ela fez programa, não tem como negar. Por isso, ela acabou voltando a se prostituir. Mas também sei de gente que conseguiu arranjar emprego, então não existe muita lógica nesse caso.

7) Você tem medo de ficar rotulada pelo que fez? Tenho medo sim, mas sei que isso é inevitável. Mesmo assim, para mim vai ser estranho saber que daqui a 10 anos as pessoas vão se lembrar disso. Eu não tenho vergonha de me assumir, só tenho medo dos meus filhos.

Pretendo ter dois filhos, o quanto antes, pois não quero ter a mesma diferença de idade que meus pais têm para mim. (O pai dela tem 70 anos e a mãe, 58; Raquel tem 21). Além disso, a educação que eles passaram para mim foi diferente, por eles terem vivido muito no interior, e não conseguirem entender que as pessoas podem ficar sem namorar sério, coisas do tipo. Isso criou uma distância entre nós.

Vou criar os filhos para o mundo, e não para mim. Pretendo ensinar o que é certo e o que é errado e deixá-los livres para decidir a melhor maneira de serem felizes. Não adianta os pais proibirem os filhos; acaba sendo até pior. Vou me preocupar com a educação deles, mas os deixarei livre para curtir a vida e realizar seus sonhos.

8) Você voltou a falar normalmente com seus pais? Ainda não. O único contato que eu tenho é com meu primo por parte de pai, o único que me dá notícias dos meus pais e das minhas irmãs. Ele inclusive me disse que o livro foi um choque para os meus pais, pois eles não esperavam que minha vida (e a deles também) fosse revelada para o Brasil inteiro. Porém, eles ficaram contentes que eu não escondi nenhum fato, e consegui reconhecer todos os meus erros do passado. Minha mãe até me perdoou. Já meu pai ainda não conseguiu, pois é muito orgulhoso. Eu até o entendo, pois se tivesse no lugar deles também não perdoaria muito fácil. Meu primo me disse que nossa reconciliação acontecerá em breve. Quero muito o perdão dos meus pais, mas acho que o nosso reencontro vai ser estranho. Nunca vai ser como era antes.

9)Sente falta de algum parceiro sexual? Não sinto falta de cliente, mas sim das meninas com que trabalhei; amizades que fiz e ficaram no passado. O curioso é que se alguém pedir para descrever algum cliente eu não consigo, pois não lembro do semblante de nenhum deles.

10) Você continua postando no blog? Continuo sim. Depois que parei de me prostituir em outubro passado, passei a contar como estava sendo minha vida, meus desabafos, bons momentos, etc...isso fez diminuir consideravelmente o número de acessos. Mas ainda possuo um público muito fiel de 25 mil acessos por dia, o que me faz continuar a escrever, por que por mim eu teria parado já.

11) Você está mais "comportada" ou continua com o mesmo apetite dos tempos que fazia programa Estou mais comportada, porque tem muitas coisas que eu fazia com os clientes que eu jamais faria com meu namorado, por mais que ele pedisse. Fazemos sexo básico todos os dias, mas sem cair na rotina: vamos ao motel, para variar o ambiente. Às vezes eu compro fantasias, lingerie, gel para esquentar o sexo. Faço até striptease para ele! Freqüento com meu namorado um sex shop que só pode entrar mulher ou casal. É um lugar muito tranqüilo, onde nós conferimos as novidades das lingeries.

12) Você se sente sexualmente realizada? Sim, pois as fantasias que tinha e jamais teria coragem de realizar com um parceiro fixo, como transar com dois homens ao mesmo tempo, pude realizar com os clientes. Além disso, meu namorado me satisfaz muito. Atinjo diariamente o orgasmo com ele.

13) Pretende lançar outros livros? O segundo livro vai ser lançado no máximo até a segunda quinzena de outubro. Ele está pronto, mas ainda não foi para a gráfica. Não tem título definido, pois não quero que seja muito jornalístico. Esse livro foi muito mais bem escrito que o outro. Vai ser mais de auto-ajuda do que o primeiro, mas sem deixar de ter as páginas negras com histórias picantes (tiradas do fundo do baú) da minha vida de garota de programa no final.

Enquanto não lanço o segundo livro, estou colhendo os frutos do primeiro, que já foi traduzido em espanhol e inglês, e será traduzido para o francês, italiano e alemão. Tenho viagens programadas para Miami (ainda em 2006) e outros países da Europa (ano que vem).





Fonte: Terra

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