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Internacional
Segunda - 14 de Agosto de 2006 às 11:08

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O Governo de Israel pediu à população do norte do país que permaneça nos abrigos por precaução e iniciou a retirada de unidades militares do território libanês, enquanto aguarda o posicionamento de uma força internacional na região do conflito. O Exército israelense respeitou o cessar-fogo com a milícia xiita Hisbolá negociado pelas Nações Unidas, embora Israel tenha anunciado que manterá o bloqueio por mar e ar no Líbano.

Apesar da situação de aparente calma e da retirada dos militares israelenses, dois tiroteios aconteceram.

Segundo militares israelenses, a primeira troca de tiros ocorreu porque um grupo de milicianos se "aproximava de forma ameaçadora" dos oficiais, que dispararam em defesa própria, matando um membro do Hisbolá.

O segundo incidente aconteceu na aldeia de Farum, no sul do Líbano, onde outro miliciano do Hisbolá morreu. O tiroteio começou quando um miliciano ameaçou disparar contra soldados israelenses.

No entanto, as agressões não parecem ter abalado a trégua nas primeiras horas do dia.

No comunicado oficial anunciando a aplicação do cessar-fogo a partir das 8h locais (2h de Brasília), em cumprimento da resolução 1.701 da ONU, o Exército israelense avisou que recorrerá à força em legítima defesa caso seja necessário.

A nota destaca que as operações no Líbano foram suspensas, e que partir de agora Israel "não iniciará ataques contra alvos do Hisbolá no Líbano, mas continuará usando os meios necessários para defender suas forças e cidadãos".

Segundo o comunicado, as forças armadas israelenses devem permanecer no sul do Líbano até que a responsabilidade sobre a região seja entregue ao Exército libanês e à Força Provisória das Nações Unidas no Líbano (Finul).

Fontes militares disseram que um número indeterminado de tropas será posicionado no lado israelense da fronteira com o Líbano e que seus movimentos dependerão da "evolução das coisas".

Apesar do cessar-fogo, por enquanto o Governo israelense manterá o bloqueio no espaço aéreo e no mar do Líbano, para impedir a entrada de armas à milícia libanesa.

O Exército de Israel também mantém restrições no trânsito pelas estradas ao sul do rio Litani, a 30 quilômetros da fronteira.

Uma hora depois da entrada em vigor do cessar-fogo, Israel começou a retirar algumas tropas do Líbano depois de dois dias de intensa campanha para enfraquecer o Hisbolá, durante a qual morreram mais de 30 soldados e reservistas israelenses.

Em 33 dias de conflito 157 israelenses morreram, 116 deles soldados, e milhares ficaram feridos. Na última noite de combate sete soldados faleceram, sendo dois deles reservistas.

Enquanto isso, no norte de Israel, alvo dos foguetes do Hisbolá, a população foi orientada a permanecer nos abrigos e quartos seguros enquanto não for comprovado que o cessar-fogo entrou em vigor.

No entanto, vários moradores de cidades e povoados saíram às ruas depois de passar praticamente um mês em abrigos subterrâneos. Pela primeira vez em semanas, navios voltaram a entrar no porto de Haifa, o mais importante de Israel.

Para o Governo israelense, que aceitou oficialmente o cessar-fogo no domingo, o Hisbolá foi derrotado no conflito.

"O Hisbolá é uma força derrotada que mudou completamente", afirmou o ministro da Justiça, Haim Ramon, à rádio do Exército israelense.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que falará hoje ao Parlamento (Knesset) para falar sobre a atuação de seu Governo durante a crise e os motivos para ter aceitado o cessar-fogo negociado pelo Conselho de Segurança da ONU.





Fonte: EFE

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