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RJ: Palmeira defende segurança e geração de emprego
Em vez dos discursos inflamados que o tornaram um dos grandes líderes estudantis nos anos 60, Vladimir Palmeira, candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT, prefere o bate-papo em sua campanha. Gosta da informalidade no contato com o eleitor. "Político em campanha fala demais", diz o alagoano de 61 anos, que aos seis veio morar no Rio.
Um dos fundadores do PT e deputado federal pelo partido em dois mandatos (86 a 94), Vladimir é o segundo candidato ao governo entrevistado por O Dia e a responder perguntas dos leitores do jornal. Em seu escritório, no Centro, fala da candidatura, que tem como prioridades o emprego e a segurança.
Pisando de meias no carpete para descansar os pés em época de caminhadas, ele disse que pretende percorrer todos os municípios do estado e que a militância está motivada. É com ela que Vladimir conta para crescer após o início do horário eleitoral na TV e no rádio e inverter sua posição na disputa pelo Palácio Guanabara.
Qual é a prioridade em seu projeto de governo? O povo traçou duas prioridades: emprego e segurança. Além disso, vamos tratar de educação e saúde. São coisas que podemos começar a resolver no Estado sem a ajuda de ninguém. E teremos uma visão inteligente da economia do Rio, porque política de emprego não é abrir concurso público.
Vamos criar pólos no interior para produzir bens que importamos, e infra-estrutura para manter no Estado as indústrias derivadas, que utilizarão matéria-prima produzida por grandes investimentos como a siderurgia em Itaguaí e a refinaria em São Gonçalo e Itaboraí. Daremos desdobramento estadual aos investimentos federais.
Como conter a criminalidade no Centro do Rio? A questão da segurança na cidade não é específica de determinada área. Vamos combater e desmontar as quadrilhas do tráfico que hoje estão na retaguarda de todos os tipos de crime. Mas também apoiaremos a revitalização cultural do Centro. Vamos reativar a região e levar segurança para a população e o comércio, inclusive nos fins de semana.
E o que fará em relação à segurança pública? A segurança tem 10% do orçamento, mas o dinheiro é mal aplicado. A questão é de qualidade e vou afastar os corruptos. A polícia abdicou de seu papel de investigar. Entra no morro atirando e mata inocentes, sem desmontar as quadrilhas. Falta determinação do governo para usar a inteligência policial. Vamos fazer a ocupação social das favelas.
Com escolas, postos de saúde e centros culturais, sempre dialogando com a comunidade, que será importante aliada contra os bandidos. E vamos trabalhar com a Polícia Federal para desmontar as estruturas do crime porque as cabeças podem até estar fora do País.
O que o senhor achou de o presidente Lula ter subido no palanque de Marcelo Crivella, seu adversário na corrida ao governo do Rio? Acho legítimo e gostaria que o Lula tivesse 11 palanques, um com cada candidato a governador. E é claro que ele tem que retribuir todos os apoios, sem preterir esse ou aquele candidato. Me divirto quando Crivella briga com Cabral para saber quem é mais amigo do Lula. Quem vai ganhar a eleição no Rio não é o Lula, mas aquele que apresentar as melhores propostas.
Como salvar os hospitais públicos? Faremos um choque de gestão na saúde do estado. Uma reforma administrativa em cima e na parte de baixo, com a participação e a valorização dos funcionários. Porque hoje há corrupção e gastos desnecessários nos hospitais. Além disso, vamos articular o Sistema Único de Saúde, que não funciona no Rio, e botar para funcionar os postos de saúde e adotar a medicina familiar.
A imagem do PT foi manchada por escândalos como o "mensalão". A crise prejudica sua campanha? O PT se apresentou indevidamente como um partido de santos, mas é um partido de homens. A militância tinha confiança numa pureza absoluta e sentiu o golpe, pois ficaram comprovadas ilegalidades do partido, não do presidente. Porque Lula é visto hoje como algo diferente do PT.
A cicatriz vai permanecer, mas não podemos perder a vanguarda da luta, e estou sentindo na militância a disposição de ganhar, mais do que em outras eleições. Defendemos a reforma política e, ano passado, fui à televisão defender a criação da Constituinte exclusiva para reformar a casa.
Um governo do PT no Rio terá mais facilidade do que os outros se o presidente Lula for reeleito? O presidente tratará igualmente qualquer pessoa que seja eleita. O problema é que atual governo não quer colaborar com o governo federal. Eu serei mais indicado para o diálogo com o presidente não por eu ser do mesmo partido que ele, mas por eu ser o Vladimir. Vou dar ao Rio o papel de vanguarda que ele perdeu no Brasil. Quero ser o governador que restaure essa liderança, articulando com outros estados. Sou o único candidato com essa visão.
Como reverter o quadro desfavorável à sua candidatura nas pesquisas? A campanha para milhões começará agora na TV e tenho a vantagem da militância. O Cabral tem aparelho, o Crivella tem sacerdotes e nós temos a militância. E já cavamos através dela uma série de veias. Quando o horário eleitoral gratuito começar, o entusiasmo e o trabalho se multiplicarão. Acho que o quadro se desenha para nossa ida ao segundo turno. De um lado, a esquerda que apóia Lula unida. De outro, a direita, que terá dificuldade de explicar como pode mudar o governo estadual.
Um dos fundadores do PT e deputado federal pelo partido em dois mandatos (86 a 94), Vladimir é o segundo candidato ao governo entrevistado por O Dia e a responder perguntas dos leitores do jornal. Em seu escritório, no Centro, fala da candidatura, que tem como prioridades o emprego e a segurança.
Pisando de meias no carpete para descansar os pés em época de caminhadas, ele disse que pretende percorrer todos os municípios do estado e que a militância está motivada. É com ela que Vladimir conta para crescer após o início do horário eleitoral na TV e no rádio e inverter sua posição na disputa pelo Palácio Guanabara.
Qual é a prioridade em seu projeto de governo? O povo traçou duas prioridades: emprego e segurança. Além disso, vamos tratar de educação e saúde. São coisas que podemos começar a resolver no Estado sem a ajuda de ninguém. E teremos uma visão inteligente da economia do Rio, porque política de emprego não é abrir concurso público.
Vamos criar pólos no interior para produzir bens que importamos, e infra-estrutura para manter no Estado as indústrias derivadas, que utilizarão matéria-prima produzida por grandes investimentos como a siderurgia em Itaguaí e a refinaria em São Gonçalo e Itaboraí. Daremos desdobramento estadual aos investimentos federais.
Como conter a criminalidade no Centro do Rio? A questão da segurança na cidade não é específica de determinada área. Vamos combater e desmontar as quadrilhas do tráfico que hoje estão na retaguarda de todos os tipos de crime. Mas também apoiaremos a revitalização cultural do Centro. Vamos reativar a região e levar segurança para a população e o comércio, inclusive nos fins de semana.
E o que fará em relação à segurança pública? A segurança tem 10% do orçamento, mas o dinheiro é mal aplicado. A questão é de qualidade e vou afastar os corruptos. A polícia abdicou de seu papel de investigar. Entra no morro atirando e mata inocentes, sem desmontar as quadrilhas. Falta determinação do governo para usar a inteligência policial. Vamos fazer a ocupação social das favelas.
Com escolas, postos de saúde e centros culturais, sempre dialogando com a comunidade, que será importante aliada contra os bandidos. E vamos trabalhar com a Polícia Federal para desmontar as estruturas do crime porque as cabeças podem até estar fora do País.
O que o senhor achou de o presidente Lula ter subido no palanque de Marcelo Crivella, seu adversário na corrida ao governo do Rio? Acho legítimo e gostaria que o Lula tivesse 11 palanques, um com cada candidato a governador. E é claro que ele tem que retribuir todos os apoios, sem preterir esse ou aquele candidato. Me divirto quando Crivella briga com Cabral para saber quem é mais amigo do Lula. Quem vai ganhar a eleição no Rio não é o Lula, mas aquele que apresentar as melhores propostas.
Como salvar os hospitais públicos? Faremos um choque de gestão na saúde do estado. Uma reforma administrativa em cima e na parte de baixo, com a participação e a valorização dos funcionários. Porque hoje há corrupção e gastos desnecessários nos hospitais. Além disso, vamos articular o Sistema Único de Saúde, que não funciona no Rio, e botar para funcionar os postos de saúde e adotar a medicina familiar.
A imagem do PT foi manchada por escândalos como o "mensalão". A crise prejudica sua campanha? O PT se apresentou indevidamente como um partido de santos, mas é um partido de homens. A militância tinha confiança numa pureza absoluta e sentiu o golpe, pois ficaram comprovadas ilegalidades do partido, não do presidente. Porque Lula é visto hoje como algo diferente do PT.
A cicatriz vai permanecer, mas não podemos perder a vanguarda da luta, e estou sentindo na militância a disposição de ganhar, mais do que em outras eleições. Defendemos a reforma política e, ano passado, fui à televisão defender a criação da Constituinte exclusiva para reformar a casa.
Um governo do PT no Rio terá mais facilidade do que os outros se o presidente Lula for reeleito? O presidente tratará igualmente qualquer pessoa que seja eleita. O problema é que atual governo não quer colaborar com o governo federal. Eu serei mais indicado para o diálogo com o presidente não por eu ser do mesmo partido que ele, mas por eu ser o Vladimir. Vou dar ao Rio o papel de vanguarda que ele perdeu no Brasil. Quero ser o governador que restaure essa liderança, articulando com outros estados. Sou o único candidato com essa visão.
Como reverter o quadro desfavorável à sua candidatura nas pesquisas? A campanha para milhões começará agora na TV e tenho a vantagem da militância. O Cabral tem aparelho, o Crivella tem sacerdotes e nós temos a militância. E já cavamos através dela uma série de veias. Quando o horário eleitoral gratuito começar, o entusiasmo e o trabalho se multiplicarão. Acho que o quadro se desenha para nossa ida ao segundo turno. De um lado, a esquerda que apóia Lula unida. De outro, a direita, que terá dificuldade de explicar como pode mudar o governo estadual.
Fonte:
O Dia
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/283096/visualizar/
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