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Internacional
Sábado - 12 de Agosto de 2006 às 15:42

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Duas semanas após anunciar que estava se recuperando de uma cirurgia no intestino, o líder cubano Fidel Castro completa 80 anos amanhã, em repouso e pela primeira vez, desde a realização da revolução, longe de suas funções no Governo.

Fidel celebrará seu aniversário mais atípico, com a festa organizada pela Fundação Guayasamín em Havana adiada para dois de dezembro e em meio a um grande mistério sobre o estado de saúde do presidente cubano.

Desde 31 de julho, quando foi comunicado aos cubanos que seu chefe de Estado havia passado por uma operação e que os poderes haviam sido transferidos para Raúl Castro, apenas uma nota de Fidel falando que estava "bem de ânimo" e "estável" foi veiculada.

Nesta mensagem, emitida no dia primeiro de agosto, o presidente de Cuba afirmou que sua saúde é um "segredo de Estado".

Sempre que fez menção a Fidel a imprensa destacou a força do governante, chegando a compará-lo com o caguairán, uma árvore local que tem uma madeira forte e valorizada.

O jornal oficial "Granma" publicou hoje que o presidente cubano já está se levantando da cama e caminhando pelo quarto.

Altos funcionários do Governo de Cuba falaram em várias oportunidades do estado de saúde de Fidel para deixarem a população tranqüila.

José Ramón Balaguer, um dos seis homens fortes que acompanham Raúl Castro no Governo provisório, disse ontem à noite que, ao contrário do que os EUA acreditam, "Cuba está mais forte que nunca".

Já o ministro de Cultura Abel Prieto disse na última sexta que Fidel "está se recuperando".

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um dos grandes aliados do presidente de Cuba, disse na última quinta que Fidel estava em meio a "uma grande batalha por sua vida".

Nascido em 13 de agosto de 1926 em Birán, povoado que fica a cerca de 80 quilômetros de Holguín, capital da província homônima, Fidel se dedicou à política durante a maior parte de sua vida.

Desde os tempos de universitário, eles liderou movimentos de oposição aos diferentes presidentes de Cuba. Em 1953, liderou o ataque ao Quartel de Moncada, considerado o estopim da revolta contra o regime de Fulgêncio Batista, episódio que começou em 1956 em Sierra Maestra e que triunfou em janeiro de 1959.

O presidente cubano dedicou os últimos 47 anos de sua vida a dirigir o país e a celebração de seu aniversário nunca foi motivo para interromper seu trabalho no Governo. O líder cubano chegou até a realizar viagens oficiais nesta data, como aconteceu em 2001, quando esteve na Venezuela.

Uma das poucas vezes nas quais Fidel celebrou publicamente seu aniversário foi em 1996. No entanto, as particulares circunstâncias nas quais chega aos 80 anos, fazem com que os cubanos esperem o domingo com ansiedade.

Sua última aparição pública aconteceu em 26 de julho, quando liderou atos públicos em Bayamo, no leste do país, e Holguín, por ocasião do aniversário do assalto a Moncada. Isto faz com que os cubanos façam todo tipo de especulações sobre se, em uma data tão marcante, Fidel aparecerá em público ou não.

Com a dúvida sobre a aparição do presidente de Cuba, trabalhadores da Indústria Açucareira convocaram um dia de trabalho voluntário para amanhã e hoje está programado um show: "Cantata pela pátria".

Presente ou não, grupos de todas as partes da ilha e organizações e instituições de fora do país enviaram, nos últimos dias, suas felicitações ao comandante-em-chefe, enquanto "atos de reafirmação patriótica" se multiplicam na ilha.





Fonte: EFE

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