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Nacional
Sábado - 12 de Agosto de 2006 às 15:04

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O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), anunciou neste sábado que será divulgada na semana que vem a ampliação da atuação conjunta entre os governos do Estado e federal no combate ao crime organizado, com foco na cooperação entre os comandos do Exército e da Polícia Militar de São Paulo. Lembo, no entanto, afastou mais uma vez o uso de tropas do Exército em São Paulo.

"Nós avisamos vocês dia e hora de eventual acontecimento. Vai existir, claro. Sempre vamos trabalhar nesta linha (de acordo operacional). Se precisar de tropas do Exército vamos chamar, mas é desnecessário. O Exército também tem essa consciência", disse Lembo a jornalistas antes de visitar uma exposição na Pinacoteca de São Paulo.

Desde maio, na primeira onda de ataques atribuídos à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), já existe cooperação na área de informação e também está em uso pela polícia paulista um helicóptero do Exército.

O governador adiantou que mais helicópteros poderão ser cedidos e revelou que o foco do acordo é uma cooperação entre os comandos do Exército e da Polícia Militar, que passarão da ter mais proximidade e diálogo.

"Os comandantes estarão mais integrados, é uma integração de comandos. Os comandos decidem situações, quem analisa é o comando, que tem tática e estratégia", explicou.

Na sexta-feira, pela primeira vez desde a crise de segurança no Estado, foi realizada em São Paulo uma reunião conjunta de cúpula. Além de Lembo, estavam presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os comandantes do Exército, general Francisco Albuquerque, e da Polícia Militar de São Paulo, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges. Os ministros Waldir Pires (Defesa), Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e Luiz Dulci (Secretaria-geral da Presidência) também participaram.

Lula voltou a oferecer 10 mil homens do Exército para o Estado, mas Lembo descartou. "Tropa é em situação de conflito social total. Ao contrário, a sociedade está muito integrada com o governo neste momento. Portanto canhão na rua não vai resolver nada. Vou por bazuca na rua, canhão, tanque? Seria ridículo e o Exército não quer", enfatizou nesta manhã, externando um sentimento das Forças Armadas que não se manifestam abertamente sobre o uso das tropas para combater o PCC.

Lembo ainda mandou recado para os partidos e políticos que o pressionam a aceitar as tropas, caso de integrantes do PSDB e do próprio PFL, além do PT. "Estamos todos trabalhando, o Exército e a Polícia Militar, em harmonia, não houve um sentido de ruptura. Palavra de campanha eleitoral é uma coisa. Um governador de São Paulo que tem os pés no chão é outra coisa. Eu tenho os pés no chão."





Fonte: Reuters

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