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Internacional
Sábado - 12 de Agosto de 2006 às 12:35

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A Marinha russa e os parentes dos 118 oficiais e marinheiros mortos no submarino nuclear Kursk lembram hoje o sexto aniversário da tragédia, cujas causas ainda não foram esclarecidas.

"Os melhores homens da Rússia serviam no Kursk. A tragédia feriu os corações de muitos dos nossos cidadãos", disse hoje Oleg Goleusov, capitão-de-fragata da Marinha na reserva e presidente do clube marítimo da cidade de Kursk.

Hoje, o memorial construído na cidade foi enfeitado por coroas de flores colocadas por militares e parentes das vítimas do acidente, ocorrido no mar de Barents em 12 de agosto de 2000 e provocado por uma explosão na câmara de torpedos do submarino.

No memorial estão os corpos de 12 dos marinheiros cujos corpos foram recolhidos do interior do submarino um ano e três meses depois do acidente.

Em memória aos marinheiros, as autoridades de Kursk decidiram batizar uma rua e construir um monumento com peças de submarinos.

Na basílica militar de São Petersburgo, cidade da qual eram 32 dos marinheiros, uma missa foi rezada e coroas de flores foram colocadas em um monumento na Alameda dos Heróis, tradição que data do século XVIII.

No encrave russo de Kaliningrado, entre a Polônia e a Lituânia, o comandante da Frota do Báltico, o vice-almirante Konstantin Sidenko fez um discurso durante um ato do qual participaram parentes e amigos das vítimas.

Uma exposição sobre o Kursk (K-141), que inclui uma peça da embarcação retirada do fundo do mar, foi inaugurada em um submarino transformado em museu em Kaliningrado.

Atos e cerimônias em lembrança dos marinheiros do Kursk aconteceram hoje em muitas cidades e portos da Rússia, como os de Vladivostok, no Pacífico, e o de Murmansk, no Mar de Barents, de onde o submarino zarpou em 10 de agosto de 2000.

Em todas as bases e navios da frota russa, a bandeira de San Andrés, símbolo da Marinha, foi hasteada a meio pau. Além disso, todos os marinheiros e oficiais fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas.

O Kursk, orgulho da Marinha russa equipado com 24 mísseis antinavios tipo Granit, era considerado indestrutível pelos russos.

A cúpula militar escondeu as dimensões reais da catástrofe e recusou as ofertas de ajuda de outros países para o resgate dos tripulantes que não morreram na explosão.

Nem o presidente russo, Vladimir Putin, nem o promotor-geral, Vladimir Ustinov, nem o Ministério da Defesa, nem a Marinha reconheceram que 23 oficiais sobreviveram até dois dias depois do acidente.

Após a explosão, os tripulantes se deslocaram ao compartimento número nove do submarino, na proa da embarcação, e emitiram sinais de socorro durante 48 horas.

As cartas póstumas escritas por alguns dos tripulantes confirmaram que vários deles sobreviveram à explosão e tiveram uma morte trágica.

Seis anos depois, alguns militares russos ainda sustentam que um submarino estrangeiro, americano para ser mais exato (Memphis), foi o causador do acidente ao colidir com a embarcação.

O Kursk foi localizado a 108 metros de profundidade na madrugada de 13 de agosto, quando ainda era possível salvar 23 oficiais, mas o Kremlin só autorizou uma operação internacional de resgate uma semana depois de receber sinais do submarino.

Após várias semanas de busca, foram recolhidos os corpos de 115 tripulantes do submarino, mas não os dos marinheiros Dimitri Kotkov e Ivan Nefedkov e do técnico Mamed Gagzhiev, que permanecem submersos.

Segundo a imprensa russa, o almirante Guennadi Suchkov e outros 14 oficiais da Marinha russa serviram como "bodes expiatórios" e depois de um julgamento "injusto" foram e expulsos do serviço ativo.





Fonte: EFE

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