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Sábado - 12 de Agosto de 2006 às 11:14

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Usuários de medicamentos de alto custo denunciam as dificuldades para conseguir os remédios e contam as situações enfrentadas por eles, como nas vezes em que são obrigados a recorrerem à Defensoria Pública para continuar o tratamento. Problemas como a falta de itens de uso continuado, forma de atendimento e a demora, cooperam para a piora de alguns casos, como enfatiza a dona-de-casa Maria Neuza Lemos, 64, que interrompeu o tratamento por três meses até conseguir o remédio para reduzir a taxa de colesterol.

O marido de Neuza, o aposentado José Bezerra Lemos, 65, saiu em busca de ajuda, pois sem o medicamento ela ficou em situação tão crítica que não podia nem mesmo sair de casa. "Se não fossem meus amigos, nem sei como ia ser, porque me disseram para buscar ajuda de político, aí consegui".

Conforme o aposentado, que ganha um salário mínimo (R$ 350), "a vida está muito difícil e ainda criamos um neto. Da primeira vez que ela ficou sem remédio me mandaram ir na Defensoria. Ela não pode ficar sem tratamento e ainda teve que fazer uma cirurgia na perna e com o colesterol alto, ficou pior".

Histórias como a do casal José e Neusa se repetem há algum tempo e em algumas situações a espera dura meses. Neusa Benedita de Lima, 55, por exemplo, diz que não sabe mais o que fazer, pois além de não poder dar continuidade ao tratamento pela falta do remédio que usa, Parlodel, ainda ficou três meses sem receber a pensão do INSS, que recebe desde o afastamento de suas atividades de camareira.

Relata que só não passou fome por ajuda de familiares. Quanto ao remédio, diz que tenta conseguir há quatro meses. A ex-camareira tem problemas mentais e, por causa de erro do médico no preenchimento da receita, o seu pedido foi indeferido na Farmácia de Alto Custo. "Eles falam que tem que arrumar a receita direito, mas o médico fala que está certo. Até hoje só tomei uma caixa que dá para 28 dias porque a minha antiga patroa comprou, custa R$ 380, mas agora não posso comprar", conta.

Outras histórias ainda envolvem usuárias que precisam de medicamentos para aumentar a fertilidade, no entanto, relatam que o problema não é considerado prioritário pelo Estado, por se tratar de "apenas a concretização de um desejo, que seria ter um filho".

Conforme informações da assessoria da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o secretário Augustinho Moro deverá conceder entrevista na próxima semana para esclarecer os atuais problemas da Farmácia de Alto Custo do Estado. Relata que sete pregões foram realizados em três meses e que os medicamentos foram elencados por ordem de prioridade dos usuários.

A assessoria informa que, para suprir a falta de alguns medicamentos essenciais, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) autorizou a compra emergencial e a SES tem procurado os meios possíveis para normalizar os estoques de medicamentos.





Fonte: Gazeta Digital

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