Band aposta em romance do Século XIX com Paixões Proibidas

O clássico tema de um amor impossível foi a inspiração da Band para voltar a produzir novelas para o público adulto. Após sete anos sem investir na dramaturgia, a emissora preferiu não arriscar muito na produção de Paixões Proibidas. Cautelosa, a Band optou por fazer uma co-produção com a RTP (Rádio Televisão Portuguesa) para dividir o prejuízo, se algo der errado. Essa medida também foi tomada com a bem-sucedida Floribella, uma co-produção com a argentina RGB, que registrou a satisfatória média de 5 pontos.

Inspirada em três romances do escritor português Camilo Castelo Branco, a história de Paixões Proibidas, ambientada no Século XIX, será escrita por Aimar Labaki e terá atores brasileiros e portugueses. Com direção geral de Ignácio Coqueiro, as gravações da nova novela têm início na segunda quinzena de setembro e a estréia está prevista para o final de novembro no horário das 22h, no lugar de Mandacaru. "É um horário que ninguém investe mais e, por isso, resolve mos apostar numa trama de época para conquistar os telespectadores", acredita Ignácio Coqueiro.

Mas, neste horário, o clima romântico de época pode fazer o público cair no sono, assim como aconteceu com a minissérie Os Maias, de Maria Adelaide Amaral, em 2001. Com todo clima europeu, Paixões Proibidas foi inspirada nos livros Amor de Perdição, Mistérios de Lisboa e Livro Negro de Padre Dinis, escritos por Camilo Castelo Branco na segunda metade do Século XIX. Responsável pelo texto da novela, Aimar Labaki adianta que a história girar em torno dos principais personagens dos três romances, tendo como pano de fundo o Rio de Janeiro no período imediatamente anterior e posterior à chegada da Corte na cidade, em 1808. Para protagonizar o épico, os atores Miguel Thiré e a estreante Ana Sophia vivem o casal Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Ambos pertencem a clãs rivais e serão separados por suas respectivas famílias, bem no estilo shakesperiano de Romeu e Julieta."Não é uma adaptação pura e simples. É uma novela original. Teremos apenas a atmosfera do escritor, que explora histórias de amor e traição", analisa Labaki.

Ambientada nas cidades do Rio de Janeiro e Resende, no interior do estado, Paixões Proibidas também terá cenas gravadas em Lisboa e Coimbra, em Portugal. O diretor Ignácio Coqueiro viaja na primeira quinzena de setembro para a "terrinha" para fazer imagens dos primeiros 50 capítulos. Segundo ele, a maior dificuldade tem sido encontrar cenários que remetam à época em que a novela se passa. Mesmo assim, Ignácio confirma que já conseguiu garantir externas no castelo de Montemor, no distrito de Coimbra. "A poluição visual é o grande empecilho. Mas como vamos ficar umas três semanas por lá, encontraremos o locais ideais", torce o diretor.

Apesar das dificuldades com as locações, Ignácio não encontra problemas para compor o elenco de 35 atores. O diretor adianta que entre as presenças confirmadas estão Leonardo Carvalho, Antônio Grassi e Flávio Galvão. Ignácio acrescenta também que terá oito atores portugueses. O único escolhido até o momento é Virgílio Castello, que também será responsável pela direção da produção pela RTP. Alguns atores que participaram de Floribella também vão atuar em Paixões Proibidas. É o caso das atrizes Suzy Rêgo, Maria Carolina Ribeiro e Julianne Trevisol. Esta última, aliás, fará parte do núcleo principal da novela. Julianne será Mariana, uma jovem que viverá um triângulo amoroso com Tereza e Simão, interpretados pelos protagonistas Ana Sophia e Miguel Thiré. "Quando surgiu a oportunidade, não tive como recusar o convite, já que é a minha primeira novela de época", comemora a atriz.