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Economia
Sábado - 12 de Agosto de 2006 às 07:50

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Dentro de 30 dias o segundo agrotóxico genérico homologado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estará no marcado mato-grossense. O novo produto, cujo princípio ativo é o Paraquat, custará entre 20% e 30% mais barato que o original Gramoxil, fabricado pela Syngenta. Na Região Sul de Mato Grosso o herbicida, indicado para lavouras de soja e algodão, é comercializado em média por R$ 24 o litro. A previsão é de que o genérico seja vendido por valores entre R$ 15,40 e R$ 17,60. Conforme o coordenador geral de Agrotóxicos do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel, o produto, antes monopolizado pela multinacional, será trazido de Taiwan (país asiático). Não há estimativa do volume de importação.

De acordo com o agricultor de Rondonópolis, Rogério Salles, a liberação dos agroquímicos genéricos é uma reivindicação antiga dos produtores rurais do Estado. Segundo ele, há pelo menos 10 anos o setor pleiteia a autorização da importação e fabricação dos produtos. Ele questiona, porém, se será possível utilizar o agrotóxico na safra 2006/2007. Ele destaca que a homologação foi feita muito próxima ao início do plantio da nova temporada, que na Região Sul deve começar a partir da segunda quinzena de outubro, no caso da soja. “Estamos a 30 dias do começo da safra”, enfatiza. Apesar disso, ele diz que a liberação é uma das medidas que vão ajudar na estruturação do setor.

De acordo com Rangel, não houve morosidade do Mapa na homologação dos agrotóxicos genéricos. Ele defende que antes não havia uma legislação que permitisse a importação e fabricação dos produtos, cuja patente já acabou. Os parâmetros de equivalência dos produtos foram estabelecidos recentemente pela Organização para Alimentação e Agricultura (FAO), ligada à Organização das Nações Unidas. “O ministro [Luiz Carlos Guedes] nos pediu prioridade na avaliação dos genéricos. Queremos otimizar os processos, mas esbarramos na falta de um quadro de pessoal para atuar na área”, frisa. Ele nega que o pedido de agilidade na aprovação dos equivalentes seja uma forma de compensar a demora na liberação dos produtos.

NÚMERO 1 A comercialização do primeiro agrotóxico genérico brasileiro foi autorizada há cerca de dois meses pelo Mapa. Trata-se do Rodazin, que tem como princípio ativo o Carbendazin. Rangel explica que o fungicida, que serve para as lavouras de soja e feijão, já possuía genéricos no mercado. A diferença é que agora foi possível conseguir uma redução no valor do registro do produto, o que fez com que fosse possível alcançar uma leve redução no preço de mercado do agrotóxico.

Segundo ele, como o agroquímico já possuía equivalentes no mercado, a diferença no valor não será tão significativa como no caso do Paraquat, monopolizado pela Syngenta. No país o produto é comercializado por 11 empresas que detém o princípio ativo. O agrotóxico original, fabricado pela Bayer, pode ser encontrado nas revendas da Região Sul por cerca de R$ 24. O Rodazin custa em torno de R$ 2 a menos, sendo comercializado por em média R$ 22. Para Rangel, o preço do produto já está muito próximo do custo de produção, por isso a diferença não é maior.





Fonte: Diário de Cuiabá

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